O Partido Socialista e o Partido Social Democrata votaram esta quarta-feira contra o levantamento do sigilo profissional e do segredo de justiça, solicitados pelo Partido Comunista e pelo Bloco de Esquerda na Comissão Parlamentar de Inquérito à supervisão financeira, revela a «Lusa».
O deputado Vítor Baptista, do PS, fundamentou o voto contra alegando que os levantamentos de sigilo «poderiam atingir objectos ou pessoas exteriores ao âmbito da comissão» e invocando também razões de tempo, já que, teoricamente, os trabalhos têm de estar concluídos a 19 de Julho.
PUB
Argumentos semelhantes utilizou o PSD, que falou da «morosidade esperada deste tipo de diligências junto do Tribunal da Relação».
«Parece-nos também, que do ponto de vista do que está em causa, que é a supervisão, não atingiríamos tanto o objecto do inquérito mas sim instituições e pessoas exteriores, como o BCP ou determinados actos praticados por ele ou pessoas ligadas a ele», argumentou o deputado Hugo Velosa, em nome do grupo parlamentar do PSD.
Os dois partidos maioritários inviabilizaram assim as propostas apresentadas por Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda, que acusa os dois partidos maioritários de «enterrarem a comissão de inquérito».
O subscritor do outro pedido de levantamento do sigilo, o deputado comunista Honório Novo, considera que com esta negativa «a comissão de inquérito não pode levar o seu trabalho até onde seria necessário», dizendo que assim «lança-se lama sobre todos, em vez de apurar a responsabilidade apenas daqueles que agiram mal».
O CDS-PP votou a favor dos requerimentos e considera que as posições do PSD e do PS «determinam a inutilidade das comissões de inquérito».
PUB