O presidente do BPI considera que a garantia estatal de 20 mil milhões de euros colocada à disposição dos bancos portugueses pelo Governo, para facilitar o financiamento destes junto de outras instituições, é uma medida «muito importante, que visa dar confiança à economia portuguesa, de que o sistema financeiro terá condições para continuar a financiar o crescimento da economia».
Fernando Ulrich garante que o banco não está a precisar do dinheiro mas, «atendendo às circunstâncias do mercado, admite vir a utilizar garantias no âmbito do financiamento de médio longo prazo», até porque isso pode ajudar a equilibrar o balanço do banco.
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«Para já não seria necessário recorrer a esse mecanismo, mas nós temos a responsabilidade de manter um balanço equilibrado», disse, na conferência de imprensa para apresentação de resultados relativos aos primeiros nove meses do ano.
«Não é um direito, é um dever utilizar esta garantia se for a melhor forma para financiar a economia portuguesa», acrescentou.
Custo da garantia está alinhado com Europa
Quando questionado sobre a atractividade das condições em que essa garantia pode ser usada (o Estado cobra uma comissão de 0,5%), Ulrich disse que «as condições da portaria foram acordadas a nível europeu e o custo da garantia é semelhante ao adoptado noutros países europeus. Claro que quem paga gostaria sempre de pagar o mínimo possível, mas temos de compreender os vários interesses que estão aqui em jogo, nomeadamente da parte do Estado, que está a defender o interesse dos contribuintes. É uma solução equilibrada, alinhada em termos europeus».
«Estes 20 mil milhões são um plafond que o Governo aprovou, de garantias, para que os bancos possam financiar-se. É um montante sério, importante, corresponde a 11% do PIB e é superior ao total que os bancos portugueses têm que reembolsar de dívidas de médio e longo prazo até ao final do ano que vem e que ronda os 17 mil milhões de euros», acrescentou.
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