O presidente do CDS/PP, Paulo Portas, criticou esta segunda-feira a «política de não incomodar» seguida pelo Governador do Banco de Portugal no caso BPN e assegurou que serão colocadas «as perguntas que têm que ser feitas» na Comissão Parlamentar de Inquérito.
«Quando o Governador do Banco de Portugal for à Comissão Parlamentar de Inquérito (do caso BPN), o CDS/PP fará todas as perguntas que têm que ser feitas», afirmou Portas, numa conferência de imprensa no Porto, citado pela agência Lusa.
PUB
Para o líder centrista, «a tese central do governador está muito fragilizada», frisando que as declarações de Vítor Constâncio quando foi ouvido na Assembleia da República «foram desmentidas por documentos, por depoimentos e até pelo valor do "buraco" no BPN».
«Manifestamente, a versão apresentada no Parlamento pelo governador do Banco de Portugal não é sustentada por documentos que já se conhecem», frisou.
Paulo Portas apresentou no Porto um «ponto de situação» sobre o trabalho já realizado pela Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso BPN, que considerou ser necessário devido «à gravidade do que já foi apurado».
Casos do BCP, BPN e BPP irrepetíveis
«Nesta comissão parlamentar de inquérito tem prevalecido a procura da verdade e não o espírito partidário», elogiou o presidente do CDS/PP, defendendo a necessidade de «separar o trigo do joio» no sistema financeiro português.
Para Portas, «casos como o BCP, o BPP e o BPN são irrepetíveis, se queremos ter um sistema financeiro saudável».
PUB
Defendeu, por isso, que a comissão parlamentar de inquérito «tem que chegar ao fundo da questão».
Por essa razão, o líder centrista assegurou que Vítor Constâncio, quando se apresentar perante a Comissão Parlamentar de Inquérito «vai ter que dar explicações razoáveis e satisfatórias».
«Não sei onde as vai encontrar», sustentou.
Na perspectiva do presidente do CDS/PP, «nenhum dos poderes principais da supervisão foi utilizado ao longo de seis anos», defendendo que «a evidência de fraudes e irregularidades determinava uma intervenção mais tempestiva do Banco de Portugal».
«O que é mais estranho é que o governador do Banco de Portugal diz que faria tudo da mesma maneira», salientou.
Para Paulo Portas, o país «precisa de um supervisor pró-activo, que seja incómodo e corajoso se necessário», acrescentando que a actuação do Banco de Portugal no caso BPN «foi o oposto disto».
«A supervisão não podia ter sido mais minimalista», frisou Portas, recordando que «em seis anos, não esteve atenta e não fez as perguntas pertinentes».
PUB