Isto a par do surgimento de fornecedores pan-europeus de produtos e serviços na banca de retalho.
«Temos razões para crer que se iniciou de facto o processo há muito esperado de consolidação transnacional» na Europa, conclui o estudo, coordenado por Christopher Gentle, e apresentado hoje numa conferência na Ordem dos Economistas.
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A experiência já vivida nos Estados Unidos serve de modelo e fornece os contornos futuros da consolidação europeia, prevendo-se «a aquisição de aproximadamente 700 bancos ao longo dos próximos quatro anos», caminhando-se para um pequeno número de grandes bancos de retalho e bancos de menor dimensão, locais e especializados em nichos de mercado.
O estudo «Um novo campo de jogo: o emergir de bancos de retalho pan-europeus através de fusões e aquisições transfronteiriças» prevê que os lucros da banca continuem a crescer a um ritmo elevado, os actores do mercado vão lutar pela supremacia e as barreiras transfronteiriças quebram-se, com a harmonização de leis e diminuição do nacionalismo.
No final deste ano, os bancos europeus terão acumulado 74 mil milhões de euros de excesso de liquidez, indica o relatório da Deloitte Research.
Futuros lucros devem registar crescimento de 32%
«Os prémios que os accionistas estão actualmente a pagar sugerem que eles esperam que os futuros lucros registem um crescimento de 32%», num cenário até 2010, comenta no estudo o responsável dos serviços financeiros da Deloitte, Russel Collins.
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Uma pressão que leva os gestores a procurar oportunidades de crescimento que ultrapassem os 110,0%, escassas na maioria dos mercados europeus, a menos que seja através de fusões e aquisições, indica o estudo.
Oito dos 12 negócios de fusões ocorreram na banca de retalho
«Está preparado o cenário para uma enorme actividade», considera Collins, e a transformação já começou: nos dois últimos anos, oito dos 12 grandes negócios de fusões e aquisições (M&A) transfronteiriços ocorreram na banca de retalho, recorda o estudo.
A transformação da marca Zaragozano para Barklays, em Espanha, e a intervenção da Comissão Europeia para «travar» o envolvimento das autoridades italianas na aquisição do Banco Antonveneta são apontados como exemplos da queda de barreiras políticas e culturais.
Havia uma «certa hostilidade por parte tanto de clientes como das entidades reguladores» que está a desaparecer, conclui o estudo da Deloitte, que acredita que o sector financeiro entrou mesmo numa fase nova e sem precedentes.
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