O ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, lamentou esta terça-feira que o presidente do Banco Português de Negócios (BPN), Miguel Cadilhe, não tenha tido ainda uma palavra para os depositantes do seu banco.
Segundo a agência «Lusa», a posição do ministro dos Assuntos Parlamentares surgiu depois de confrontado pelos jornalistas com as críticas de Miguel Cadilhe ao Governo por ter tomado a decisão de nacionalizar o BPN.
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«Como o ministro de Estado e das Finanças (Teixeira dos Santos) já teve a oportunidade de explicar, a decisão do Governo de nacionalizar o BPN é motivada pela situação de ruptura iminente em que se encontrava esse banco», respondeu Augusto Santos Silva.
Em estilo de contra-ataque, o ministro dos Assuntos Parlamentares disse ter notado que Miguel Cadilhe «não teve uma palavra para os depositantes do BPN».
«Os depositantes são as pessoas que confiaram no BPN e que têm lá as suas poupanças. Há uma investigação judicial em curso, mas os depositantes do BPN viram presumivelmente os seus interesses no mínimo descuidados pelas administrações do BPN», observou o membro do Governo.
Augusto Santos Silva acrescentou que o Governo só propõe ao Parlamento a nacionalização do BPN «para defender os interesses dos depositantes e dos clientes do banco».
Em defesa de Constâncio
Na mesma conferência de imprensa, o ministro dos Assuntos Parlamentares também reagiu à exigência do presidente do CDS-PP, Paulo Portas, que o governador do Banco de Portugal, Victor Constâncio, seja demitido.
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Paulo Portas defendeu que a demissão de Victor Constâncio seria uma medida de «regeneração do sistema» após «ter falhado» duas vezes num ano.
«Nada nos garante que (o Governador do Banco de Portugal) não volte a falhar porque não reconhece os seus erros, não faz supervisão e do nosso ponto de vista devia sair do seu cargo», defendeu Paulo Portas, em conferência de imprensa.
O ministro dos Assuntos Parlamentares contrapôs que «o CDS-PP tem uma concepção muito particular do que é a regulação independente».
«Quando (a regulação independente) não decide como Paulo Portas gostaria que decidisse, imediatamente Paulo Portas não respeita a independência da regulação».
Augusto Santos Silva rejeitou também a tese do CDS-PP que as propostas do Governo conducentes à nacionalização do BPN sejam ilegais ou inconstitucionais.
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