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Há «uma rede internacional de pedofilia» na Casa Pia

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A denuncia parte de Francisco Guerra, testemunha do processo Casa Pia e ex-aluno, que vai lançar um livro que com revelações polémicas sobre a instituição

Francisco Guerra, uma das testemunhas-chave do processo Casa Pia, garante que «está activa em Portugal uma rede internacional de pedofilia que envolve as crianças e os adolescentes da instituição».

A acusação consta do livro «Uma dor silenciosa», que será lançado no dia 25 e apresentado pela antiga provedora da Casa Pia de Lisboa, Catalina Pestana.

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O antigo aluno aponta o dedo a «personalidades do mundo da política, do futebol, empresários e artistas, alguns ainda no activo e outros não, que estão implicados na rede» de pedofilia que, alegadamente, envolve casapianos, escreve a agência Lusa.

«A rede não foi desmantelada», denuncia Francisco Guerra. Escreve que «em lugares-chave da Casa Pia estão funcionários que, dentro de um ou dois anos, activarão mais uma vez este polvo medonho porque, cá fora, estão os pedófilos que nunca foram a tribunal e que continuarão a querer crianças por perversão».

O «amigo» Carlos Silvino

No livro a que a Lusa teve acesso, Francisco Guerra conta como foi violado pelo antigo motorista da instituição, Carlos Silvino, e por «muitos outros», alguns investigados no âmbito do processo Casa Pia e condenados em Setembro, mas que têm os nomes alterados neste livro.

O ex-casapiano conta que, apesar das violações, provadas em tribunal, considera Silvino um amigo porque «também ele tinha sido abusado em criança, quando era casapiano, e era a peça mais fraca de uma grande máquina, muito poderosa».

Francisco Guerra revela ainda como foi estar dentro da «rede», uma vez que passou a «combinar os encontros com os outros miúdos», e como encontrou uma «verdadeira rede de pedofilia com ramificações internacionais».

No livro lê-se ainda que Carlos Silvino soube que ia ser preso um dia antes de ser detido e que contava ser solto dali «a uns dias». Antes de ser preso, o motorista terá passado a Francisco Guerra «fotografias de alunos da Casa Pia a serem abusados por homens, uns que foram julgados e outros que nunca foram chamados à Judiciária». Carlos Silvino ter-lhe-á ainda entregue «agendas com nomes e números de telefone e alguns papéis com contactos». O casapiano diz que destruiu tudo.

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