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Casa Pia: «Absolvição» para Manuel Abrantes

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Advogado de ex-provedor-adjunto relembrou nomes de pessoas que nunca foram acusadas no processo como, por exemplo, o de um ex-ministro do CDS, que esteve no governo de Durão

Última actualização às 14:45

Paulo Sá e Cunha, advogado de Manuel Abrantes, começou esta quinta-feira as alegações finais no processo da Casa Pia. Defendeu a «absolvição» do seu cliente de todos os crimes pelos quais está acusado.

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O mandatário do ex-provedor-adjunto da Casa Pia recordou também vários «factos e fenómenos insólitos» que detectou no decorrer da investigação e julgamento. Entre eles, «um documento manuscrito que uma das vítimas» deu a Catalina Pestana e que esta acabou por entregar em tribunal. Nesse documento é referido o nome de um ex-ministro do CDS, que pertenceu ao executivo de Durão Barroso, entre outros.

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«Nenhuma indemnização a pagar»

O advogado disse que não acredita «na teoria da cabala» e que esta «nunca poderia ser provada», mas defendeu a existência de «factos e fenómenos insólitos».

Um dos mais «estranhos», para si, foi o facto de Catalina Pestana não ter revelado o documento que lhe fora entregue mais cedo, durante a investigação, justificando que era «do foro pessoal do jovem», e só o ter feito a pedido dos magistrados, no decorrer do julgamento.

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Neste «manuscrito», consta uma suposta «lista de clientes da rede de pedofilia», explicou Paulo Sá e Cunha. Carlos Mota, Carlos Cruz e Carlos Silvino são alguns dos nomes, mas há ainda referência a um ex-ministro da Defesa, que nunca foi acusado.

Protecção?

O advogado acabou por sugerir «alguma protecção» por parte de Catalina Pestana a esse nome e explicou: «Foi nomeada por Bagão Félix, do CDS, e, à época, a Justiça estava na alçada de Celeste Cardona, também do CDS».

Referiu ainda declarações de figuras públicas e com responsabilidade no caso aos jornais, sobre o facto «destes arguidos» serem «uma guarda avançada» de outros, que «a seu tempo se conheceriam».

Confiança no tribunal

Logo no início das alegações, Paulo Sá e Cunha afirmou ter «inteira confiança na decisão do tribunal». Mas fez «uma advertência prévia». «Aquilo que vou dizer e os nomes que terei de referir», explicou antecipando polémicas, «serão sempre feitas no exercício do direito de defesa» do cliente.

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Garantiu ainda que a defesa do ex-provedor-adjunto «não anda a reboque de qualquer outra defesa» e que, ao contrário do que foi insinuado, sempre «foi pago pelo dr. Manuel Abrantes».

Sobre a «atitude solidária» dos arguidos, que o Ministério Público considerou estranha, o advogado explicou: «É normal, porque os arguidos se conheceram em circunstâncias difíceis: em prisão preventiva». E considerou «mais chocante, e até contra natura, a associação que verificou várias vezes entre a defesa de Carlos Silvino e os representantes das vítimas».

«Caça às bruxas»

Paulo Sá e Cunha lembrou que «num processo desta natureza a defesa é sempre difícil», principalmente quando a pronúncia «abrange um período temporal de três anos, sendo vaga na descrição dos factos e das circunstâncias». A única forma de contraditar é reunindo prova documental que mostre o que o arguido fez naquela altura.

Apesar de tudo, o advogado admitiu que «ninguém discute que jovens à guarda da Casa Pia foram abusados». Apenas dúvida que tenham sido por estes arguidos. Encontrar os responsáveis «não é um trabalho da defesa», responde.

E criticou um período de descreveu como «caça às bruxas», em 2003, exemplificando com a divulgação de números de telefone para se denunciarem pedófilos, por parte da PJ. «É um método que não é comum», disse.

A sessão foi interrompida devido a doença de uma magistrada e será retomada sexta-feira.

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