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Casa Pia: defesa de Bibi «ataca» Carlos Cruz

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Maria Martins deu os parabéns ao ex-apresentador, durante as suas alegações, «porque ele ganhou». Juntou documentos durante anos e, por excesso de defesa, «destruiu o processo»

Actualizado às 14:17

José Maria Martins, advogado de Carlos Silivno (Bibi), afirmou esta terça-feira, durante as suas alegações finais, no tribunal de Monsanto, que o processo da Casa Pia «está morto». E acrescentou, «neste momento pode dar-se já os parabéns a Carlos Cruz, porque ele ganhou».

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Para o advogado, o ex-apresentador de televisão teve anos para juntar documentos e «o excesso de defesa acabou por destruir este processo», porque foram permitidos demasiados «recursos e incidentes». As declarações de José Maria Martins, durante esta manhã, reflectiram um forte «ataque» à defesa de Carlos Cruz.

Casa Pia quer indemnização dos arguidos

«Prisão efectiva» para todos os arguidos

José Maria Martins defendeu durante as suas declarações que o seu cliente «veio na carruagem», mas que «os outros arguidos não o queriam ali e o sistema também não». Carlos Cruz, surge nas palavras do mandatário de Bibi, como alguém que tentou minar o processo desde o início e acabou por juntar numa só defesa «todos os arguidos» (com excepção de Silvino).

Sendo certo, para si, que este processo não é só jurídico «é também político», Maria Martins recordou uma declaração do ex-Procurador-Geral da República, Souto Moura, em que este afirmou que «prender o Sr. Carlos Cruz não era o mesmo que prender o Farfalha e que prender o Dr. Arruda não era o mesmo que prender o Dr. Paulo Pedroso».

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O processo de «Mike»

Após lembrar que o seu cliente mudou de posição e só começou «a contar factos» depois de assumir a sua defesa, o mandatário de Carlos Silvino passou à defesa das testemunhas do processo. «Jovens», que para si, «falaram a verdade, tal como o seu cliente quando confessou os crimes e implicou os outros arguidos».

José Maria Martins usou um processo de abusos sexuais, ocorrido em Oeiras e onde um ex-professor de inglês, Michael Burridge («Mike»), foi condenado em tribunal como exemplo da veracidade das vítimas. «Há duas testemunhas comuns nos dois processos», referiu.

O que relataram em tribunal no caso Mike «foi aceite como verdadeiro e confirmado pelo réu», relembrou o advogado, mas neste mega-processo foram apelidados, pela defesa de Carlos Cruz, de «criminosos, prostitutos de rua, drogados e mentirosos profissionais».

Com histórias de vida difíceis, o mandatário de Silvino defendeu que «estas crianças tinham fome, tinham necessidades básicas, precisavam de roupa e foram usados, como mercadoria, pelos arguidos para terem prazer sexual».

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Elogios a Catalina

José Maria Martins lembrou depois ao tribunal umas declarações da ex-provedora da Casa Pia, Catalina Pestana a um jornal, sobre Bibi e considerou que esta foi «uma extraordinária provedora, uma mulher íntegra e exemplar, que nunca cedeu».

Para Catalina, Silvino «era mais uma vítima. Nunca saiu da Casa Pia e foi a instituição que o fabricou. Ele era um pau mandado e nunca chefiou nenhuma rede. Ganhou muito dinheiro, mas gastou tudo com os miúdos».

Carlos Cruz «mente»

Hugo Marçal também não foi esquecido pelo mandatário de Silvino e este não tem dúvidas que o advogado de Elvas foi chamado para «controlar Bibi». O próprio, segundo Martins, confessou à irmã de Bibi que estava a ser pago por Carlos Cruz. Apesar de reconhecer a Carlos Cruz o direito de se defender, garantiu que o seu cliente tem direito de contraditar o que ele afirmou.

Até porque, «o arguido Carlos Cruz mente», tal como Bibi afirmou em tribunal, numa das suas últimas intervenções.

A sessão foi interrompida para almoço e será retomada por volta das 14:30, sem hora marcada para terminar. Todavia, é possível que as alegações da defesa de Bibi terminem hoje.

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