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Mulheres levam carteiro à ruína

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Está a ser julgado por ter roubado 336 cheques da Segurança Social

Um carteiro acusado de se ter apropriado de 336 cheques, emitidos pela Segurança Social, confessou hoje em Tribunal que foi induzido a cometer os crimes por duas irmãs com quem manteve relações amorosas.

«Andava perdido. Não tinha a noção do que estava a fazer», disse ao Tribunal de S. João Novo o arguido Acácio S. que, segundo o Ministério Público (MP) desviou do Centro de Distribuição Postal de Gaia cheques da Segurança Social no valor global de 118.656,06 euros.

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Carteiro e 13 amigos furtaram 336 cheques

O arguido admitiu que chegou a ser pressionado para arranjar mais cheques porque, disse, «estava sob chantagem por causa da relação amorosa».

Garantiu sempre que não teve proveitos financeiros e que nem sequer os procurava.

«Entregava-lhes os cheques, elas iam à sua vida e eu à minha, não sei o que lhes faziam», disse Acácio S. que não soube explicar alguns movimentos das suas contas pessoais.

«Eu tinha um bom ordenado. Ganhava bem nos correios. E alem de carteiro, às vezes fazia vigilância nocturna. Ganhava 50 euros de cada vez», garantiu ao colectivo de juízes da 4ª Vara Criminal de S. João Novo.

O arguido explicou que os serviços de vigilância que lhe garantiam um rendimento extra eram encomendados por Rijo, um segurança do Porto que está a ser julgado também, no Tribunal de S. João Novo, sob a acusação de matar a tiro um colega de ofício à porta do discoteca Maré Alta.

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Acácio S. era carteiro em Gaia desde 1977, tendo sido despedido após processo disciplinar relacionado com o caso agora em julgamento.

O arguido disse não saber exactamente quantos cheques roubou nem o seu valor global.

Explicando o modo de actuação, disse que «ao passar pela banca dos outros carteiros, pegava num maço de vales, embrulhava-os numa saca plástica preta», e entregava-os mais tarde a duas co-arguidas no processo.

Ao contrário do carteiro, os co-arguidos presentes na sala não quiseram prestar declarações.

Outra pessoa arguida, uma mulher, ficou fora da sala de audiência, alegando não ter a quem deixar uma criança, sendo multada em duas unidades de conta (192 euros).

Os factos em julgamento remontam ao período entre Abril de 2001 e Outubro de 2003, altura em que Acácio S. era um carteiro adstrito ao Centro de Distribuição Postal (CDP) da Avenida da República, em Gaia, mas também tinha acesso a objectos postais na estação das Devesas, da mesma cidade.

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Segundo a acusação, o carteiro furtava os cheques beneficiando da «inexistência de um rigoroso controlo no tratamento da correspondência».

Segundo a tese do MP, que o arguido rejeitou hoje, o carteiro trabalhava à comissão com os seus «colaboradores», na maioria habitantes de zonas pobres do Porto, que levantavam os cheques ou procediam ao seu endosso.

Ainda segundo o MP, os arguidos actuaram «de forma organizada e planeada, ao se apropriarem de cheques (...) auferindo, desta forma, de elevados ganhos pecuniários».

Só um dos arguidos levantou, ou endossou, 63 cheques, no valor global de 21.505,19 euros, enquanto que outro movimentou 66 cheques, no total de 18.940,81 euros.

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