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Casa Pia: «Tal como Pedroso deviam ter sido absolvidos»

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Advogado de Manuel Abrantes lamenta que entendimento de juíza sobre a «identificação», por foto, do deputado do PS não tenha sido para todos

Actualizado às 19h58

O advogado de Manuel Abrantes, Paulo Sá e Cunha, lamentou durante as suas alegações finais, esta sexta-feira, no tribunal de Monsanto, que a juíza de instrução não tenha «absolvido todos os arguidos» como aconteceu com o deputado do PS, Paulo Pedroso.

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«O que pode ser um vício e um defeito na identificação de uma pessoa que aparece num álbum de fotografias é extensível a todas as identificações feitas a todas as pessoas que estão nesse álbum», explicou Paulo Sá e Cunha aos jornalistas, à saída do audiência.

Abrantes queria usar «detector de mentiras»

Casa Pia: «Absolvição» para Manuel Abrantes

O mandatário do ex-provedor-adjunto da Casa Pia de Lisboa (CPL) recusou estar a criticar a decisão da juíza de instrução, Ana Teixeira Silva, que optou pela «não pronúncia de Paulo Pedroso». Mas considerou estar no direito de fazer «os comentários que considerar pertinentes».

Recorde-se que a referida magistrada alegou, quando decidiu despronunciar Paulo Pedroso no mega-processo, que a fotografia do deputado utilizada no álbum mostrado às vítimas, para identificarem os seus abusadores, não era suficientemente nítida para uma indicação sem erro. Alegou ainda que o uso de um álbum também não era um método de identificação infalível.

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Por esse motivo, Paulo Sá e Cunha defendeu nas suas alegações que «a forma de identificar os autores dos abusos foi débil. Logo, tem valor penal muito reduzido, para não dizer nulo».

Prova pouco segura

De acordo com o advogado o «álbum revela uma prática de investigação pouco segura e falível» e «caindo por terra a identificação destes arguidos por parte dos jovens, não pode haver outra decisão, que não a absolvição destas pessoas».

Paulo Sá e Cunha referiu ainda as parecenças físicas do seu cliente com outro dirigente da Casa Pia de Lisboa, levantando novamente «a dúvida» no momento da identificação de Manuel Abrantes, por parte dos assistentes no processo.

Assistente devia estar acusado

O mandatário do ex-provedor-adjunto deixou ainda no ar uma pergunta: «Porque motivo uma das testemunhas no processo não estava acusada de lenocínio? Quando o próprio admitiu ter sido colaborador da rede?»

Em seguida, recordou que o jovem, conhecido como "braço direito de Bibi", «admitiu em tribunal ter levado colegas, com Carlos Silvino e não só, para serem abusados».

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«Não vi ser extraída nenhuma certidão deste processo sobre isso e estamos perante um crime público. Só posso acreditar que não deram crédito ao que ele disse», concluiu o representante de Manuel Abrantes.

Arguidos não se conheciam

Houve um capítulo, das relações entre arguidos, que Paulo Sá e Cunha considerou que o Ministério Público só «aflorou». Para si não ficou provado em julgamento que «os arguidos já se conheciam» antes do processo.

«Nunca tantos protagonistas, durante tanto tempo, produziram tão poucos vestígios de contacto entre si», defendeu. Depois lembrou que o cruzamento de telefones entre arguidos e entre estes e as vítimas «deu zero».

«Na acusação diz-se que os arguidos se conheciam, porque sim! O indício objectivo é pouco ou nenhum» e, por isso mesmo, a acusação só terá aflorado o tema.

De forma irónica colocou várias hipóteses de comunicação: «Seria através de sinais de fumo ou por pombos correio, talvez por capacidades telepáticas ou, por fim, telefones não identificados». Apesar da última opção ser possível, parece-lhe improvável. «Teriam todos, incluindo vítimas» que ter esse tipo de cartão não identificável.

A próxima sessão ficou marcada para dia 5 de Janeiro e o advogado de Manuel Abrantes deverá, então, terminar as suas alegações «se possível».

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