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Problema da gripe suína está no nome

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Carne de porco é totalmente segura para consumo, porque o vírus é humano

«Não tenham receio de consumir carne de porco, não há qualquer hipótese de serem contaminados por aí». A garantia é novamente dada pela Direcção-Geral de Veterinária, que, apesar de reconhecer que o vírus está a conseguir «fintar» os especialistas da saúde, não tem qualquer dúvida que o problema da gripe está, afinal, no nome.

A explicação é simples: «Esta doença não existe nos suínos, ela está a ser passada de pessoa para pessoa. Esta designação [gripe suína] é uma grande barbaridade, porque estão a chamar porcos às pessoas», ironizou o subdirector-geral de Veterinária, recordando que a Comissão Europeia está a estudar uma nova designação a dar a esta gripe para evitar confusões.

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Fernando Bernardo recorreu à história para sustentar a garantia da DGV. «Este vírus, o H1N1, é o mesmo da grande gripe pneumónica de 1917-1919. Agora, no ADN do vírus apareceu uma sequência nova que parece ser característica de um vírus que já foi detectado em tempos nos suínos», afirmou ao tvi24.pt.

«Em 1976, morreu um soldado num quartel militar dos EUA, que teve um ataque de febre relacionado com o vírus dos suínos e faleceu em 24 horas. Ou seja, actualmente, não sabemos se o primeiro caso humano foi infectado por suínos. O que sabemos é que o vírus se adaptou aos humanos e agora é mesmo exclusivamente humano, não havendo qualquer perigo com os animais», acrescentou.

Garantia do director-geral de Veterinária

Curiosamente, o grande perigo agora são os humanos, uma vez que «o vírus pode passar para os animais» com a evolução da pandemia, disse o subdirector-geral, exemplificando com o caso dos pombos da cidade que são constantemente contaminados com a gripe humana.

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Mesmo admitindo que alguma mutação do vírus o tornasse contaminável através dos suínos, Francisco Bernardo recordou que «os vírus são muito sensíveis ao calor», «a 60º morrem em pouco segundos», pelo que, ao cozinhar-se a carne de porco, ele seria aniquilado. «Mas isso nem é equacionado, até porque este vírus é transmitido pelas vias respiratórias e não pelo estômago. E mesmo que fosse, o ácido do estômago mataria o vírus», assegurou.

Em relação ao vírus exclusivo dos suínos, o responsável lembrou que a DGV tem «um plano de vigilância sistemática» e que «em Portugal nunca foi detectado nenhum suíno contaminado».

Francisco Bernardo explicou que 65 por cento da carne de porco consumida pelos portugueses é produzida em território nacional. Dos outros 35 por cento, «99 por cento vem do mercado Europeu, sobretudo de Espanha, e o restante do Uruguai e da Argentina». «Não importamos carne de porco do México ou dos EUA», disse.

No site da DGV pode encontrar mais esclarecimentos.

O tvi24.pt procurou saber se estão a ser tomadas algumas precauções nos portos nacionais em relação à carne de porco e ao gado suíno vivo importados. O Ministério da Saúde e o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações relegaram responsabilidades. O Ministério da Economia, através da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), esclareceu que, uma vez que o vírus não se transmite através do consumo da carne de porco, esta questão não é do seu âmbito.

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