O secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, defendeu esta quinta-feira em Lisboa o aumento do preço da água como meio de reduzir os desperdícios de consumo e combater a escassez, noticia a agência Lusa.
Na abertura do Fórum «Economia da Água, Enfrentando a Escassez», que decorreu hoje em Lisboa, no Dia Mundial da Água, Humberto Rosa disse que Portugal não tem problemas de escassez de água per capita, mas ressalvou que situações de seca como a de 2005 podem voltar a acontecer.
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Uma das razões por que o clima pode aumentar a escassez é o aumento da temperatura, previsto para as próximas décadas.
Humberto Rosa defendeu que uma forma de combater a escassez «é a valorização da água, dificultando os usos indevidos», referiu, ressalvando que um futuro agravamento do preço da água para evitar desperdícios terá sempre em conta as dificuldades económicas dos mais carenciados.
Durante o Fórum foi ainda lançada a publicação «Água: Factos e Tendências», uma edição do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD Portugal) que reúne dados de muitas organizações das Nações Unidas, entre outros.
A publicação refere que menos de três por cento da água mundial é doce e que a restante água é do mar, não sendo potável.
Menos de 10 países em todo o mundo possuem cerca de 60 por cento de toda a água doce disponível para abastecimento a nível mundial: Brasil, Rússia, China, Canadá, Indonésia, EUA, Índia, Colômbia e a Republica Democrática do Congo.
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Em muitos países em vias de desenvolvimento, os sistemas de rega representam 90 por cento da água retirada das fontes disponíveis para utilização.
Depois da agricultura, a indústria é o segundo maior utilizador da água e é também responsável pelo lançamento de águas residuais ou águas de lavagem em meios aquáticos de água doce.
Em todo o mundo morrem por dia 3.900 crianças devido à ingestão de água imprópria para consumo ou a fracas condições de higiene e 1,8 milhões de pessoas morrem todos os anos de doenças diarreicas, incluindo a cólera, o equivalente a 15 tsunamis mortíferos por ano ou a 12 Boeing 747 que se despenhem diariamente.
A utilização da água doce vai aumentar nos próximos anos devido ao crescimento da população, aumento da riqueza e expansão das actividades empresariais, rápida urbanização e alterações climáticas.
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