Já fez LIKE no TVI Notícias?

Porto: estudantes sem medo da repressão (fotos)

Relacionados

Manifestação juntou apenas 30 alunos de quatro escolas. Ainda assim, organização ficou satisfeita com protesto simbólico

«Vais ficar a olhar?» A faixa levantada pretendia atrair mais alunos, mas a verdade é que não passaram de 30 os estudantes que se deslocaram à Avenida dos Aliados, no Porto, esta quinta-feira, para este dia de luta nacional.

A chuva não terá ajudado, é certo, mas os estudantes queixam-se da repressão que sentem à medida que os protestos se sucedem. «Muitos queriam vir à manifestação, mas não puderam. Ou estão tapados por faltas, ou os pais e professores não deixam, ou o Conselho Executivo faz repressão e aponta os nomes dos alunos que vão às manifestações. E vivemos em democracia...», criticou Nicole Santos, da Associação de Estudantes da Escola Secundária João Gonçalves Zarco, a coordenadora da manifestação.

PUB

Bloco exige investigação a agressões da GNR a estudantes

Eram poucos, mas fizeram-se ouvir. Para contrariar o frio e a chuva, os estudantes saltavam e gritavam palavras de ordem como «dói, o estatuto dói» e «estudantes unidos jamais serão vencidos».

«Nós já sabíamos que não ia ser uma grande manifestação, nem era esse o objectivo. É um protesto simbólico para dar o pontapé de saída para o próximo período, para dizer ao Governo que os estudantes não vão parar», avisou.

Um dia depois dos professores se terem juntado exactamente no mesmo local para vincar as suas reivindicações, foi a vez dos alunos o fazerem: «Exigimos o fim dos exames nacionais, a revogação do Estatuto do Aluno e do seu regime de faltas, um maior investimento na Educação, tanto nos recursos materiais como nos recursos humanos, e a implementação da educação sexual».

«Governo aumenta repressão, mas não temos medo»

PUB

O ano lectivo ainda não está em causa, mas a instabilidade nas escolas é por demais visível. «Sabemos que estes protestos nos prejudicam, pelas provas que temos de fazer se ultrapassarmos o limite de faltas. Mas também temos consciência que essas mesmas leis foram criadas para intimidar os estudantes. O Governo continua a fazer ouvidos de mouco e a aumentar a repressão. Nós não temos medo, vamos continuar com a luta, sabemos que é na rua que as coisas mudam», garantiu Nicole Santos.

Sem medo das consequências, os estudantes prometem voltar à rua enquanto Maria de Lurdes Rodrigues não recuar: «Não somos assim tão sonhadores para acharmos que as coisas vão mudar amanhã, mas temos consciência que se a luta continuar de forma constante e contínua as coisas podem mudar».

Neste «mini-protesto» estiveram presentes alunos de quatro escolas de Matosinhos, Gaia, Ermesinde e S. Pedro da Cova, mas a Delegação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Básico e Secundário, que promoveu o dia de luta, salientou os exemplos de Viseu, Aveiro, Braga, Leiria, Setúbal e Lisboa, onde «os estudantes também se estão a fazer ouvir».

PUB

Relacionados

Últimas