Os industriais da animação nocturna da Zona Histórica do Porto, elegeram hoje a passagem de ano como o momento-chave para perceberem se a cidade afastou o sentimento de insegurança gerado com a recente sucessão de homicídios.
«Vai ser o grande teste», admitiu à agência Lusa o presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto (ABZHP), António Fonseca.
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Para já, o dirigente associativo mantém a ideia de que, «à excepção dos bares e discotecas da moda», a indústria de animação nocturna tem sentido «um generalizado decréscimo» de afluência, na sequência dos homicídios de três seguranças e de um industrial da noite.
O reforço do policiamento de proximidade contribuiu para diluir o sentimento de insegurança, mas as detenções dos alegados homicidas não, afirma António Fonseca.
«Não sei se os detidos foram os verdadeiros responsáveis pelos crimes ou se se tratou de uma forma de tapar o sol com a peneira», disse.
António Fonseca recordou que as detenções só aconteceram depois do Procurador-geral da República ter nomeado uma procuradora de Lisboa para dirigir o processo e após o Presidente da República, Cavaco Silva, se ter pronunciado sobre o caso.
A actuação da Polícia Judiciária «teria sido mais eficaz» se sucedesse no Verão, após o primeiro incidente mortal entre seguranças da noite, defendeu António Fonseca.
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Num comunicado emitido hoje, a ABZHP classifica 2007 como um ano «negro» no âmbito da segurança, marcado por «instabilidade sem precedentes na sociedade civil do Grande Porto».
«Não há memória de algo semelhante. Só se recuarmos ao tempo das invasões dos franceses», acrescentou António Fonseca, nas suas declarações à Lusa.
Referindo-se ao próximo ano, a ABZHP diz esperar que 2008 seja «rico em resultados no combate à criminalidade (...) sem que, para o efeito, o regular funcionamento dos estabelecimentos de animação sofra qualquer tipo de perturbação».
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