A mulher do presidente da Comissão Europeia, Margarida Sousa Uva, disse esta terça-feira em Bruxelas que «falta vontade política» nos 27 para criar um sistema de alerta eficaz para desaparecimentos de crianças, noticia a agência Lusa.
«Falta vontade política nos Estados-membros para pôr em prática um sistema de alerta», disse Margarida Sousa Uva aos jornalistas portugueses à margem do segundo Encontro Europeu sobre os Direitos das Crianças.
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Lembrando que o mecanismo de alerta está definido e é aplicado com eficácia em quatro Estados-membros - Alemanha, França, Grécia e Reino Unido - lançou ainda um apelo para que as autoridades portuguesas se apressem em adoptá-lo, recordando o desaparecimento de Maddie, que continua por resolver.
Na sua intervenção no evento, Margarida Sousa Uva apresentou alguns dados - sublinhando, no entanto, a impossibilidade de obter dados abrangentes sobre o desaparecimento e abuso sexual de crianças - que referem que em França desaparecem 100 crianças por dia e no Reino Unido uma a cada cindo minutos.
«O tempo é o nosso inimigo», adiantou, lembrando que as primeiras horas são cruciais para o sucesso de investigação e que em 74 por cento dos casos de rapto e morte, a criança é assassinada «nas primeiras três horas».
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Citando números de há um ano, referiu que 50.000 crianças desapareceram na Alemanha, 39.000 em França, 8.400 em Espanha, 1.600 na Áustria, 1.250 na Irlanda, 1.100 em Itália, 725 em Portugal e 500 na Grécia, enquanto no Reino Unido as estimativas apontam para 70.000.
Linha telefónica por implementar
O comissário europeu para a Justiça, Franco Frattini, que abriu a sessão, lamentou, por seu lado, que o número telefónico de emergência sobre crianças desaparecidas criado por Bruxelas - 116000 - esteja a sofrer atrasos na sua aplicação por parte dos 27.
Frattini sublinhou ainda o empenho da Comissão Europeia na adopção do sistema de alerta por todos os Estados-membros.
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