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Manifestação: PSP <i>visita</i> escolas

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Professores estão indignados com a visita de polícias, alguns dos quais à paisana, a escolas. PSP defende-se e refere que apenas está preocupada em garantir a segurança na Marcha da Indignação, que deverá juntar 75 mil professores, este sábado, em Lisboa Ministra da Educação não recua

A Direcção Nacional da PSP garantiu esta quinta-feira que a «recolha de dados» junto das escolas, a propósito da manifestação de professores de sábado em Lisboa, visava «somente» facilitar a circulação de pessoas e viaturas, noticia a agência Lusa.

Dois agentes da PSP de Ourém foram esta quinta-feira a duas escolas daquela cidade para saber quantos professores vão participar na manifestação de sábado em Lisboa, uma situação criticada pelos sindicatos, mas que o Governo Civil de Santarém disse ter partido da Direcção Nacional da PSP, que a confirmou em comunicado emitido esta noite, explicando os objectivos.

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PSP identificou professores que vão à marcha

Ministra da Educação não recua

«Tendo em conta a realização da manifestação de professores e educadores a ter lugar em Lisboa, dia 8 de Março, e dada a necessidade de garantir a segurança das pessoas, o fluxo de trânsito, bem como garantir que o direito de manifestação decorresse de harmonia com o constitucionalmente estabelecido, foi solicitado a todos os Comandos da PSP para que obtivessem dados relacionados com o número estimado de pessoas a deslocar-se à cidade de Lisboa, o número de autocarros envolvidos no seu transporte e horários previstos de chegada», refere o comunicado da PSP.

«Esta recolha de dados destinava-se apenas e somente a garantir a segurança dos manifestantes e, na medida do possível, facilitar a liberdade de circulação de pessoas e viaturas nas artérias da concentração e durante o desfile da manifestação», acrescenta a Direcção Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP).

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Agentes à paisana em duas escolas de Ourém

«Eles (os dois agentes) apresentaram-se na escola para saber qual era a previsão de pessoas que iriam à manifestação nacional», disse à Agência Lusa uma fonte do Conselho Executivo da Escola Secundária de Ourém.

«Fiquei bastante surpresa, mas os agentes (que se apresentaram à civil) alegaram que tinham ordens superiores e que tinha a ver com a concentração de trânsito em Lisboa», acrescentou a mesma fonte.

Fonte da Escola Básica 2,3 D. Afonso IV também confirmou a presença dos agentes à paisana, afirmando que estes quiseram saber os «valores percentuais» de professores que iriam à manifestação.

«É estranho que alguém tenha feito esse disparate»

Esta situação surpreendeu o Comando Distrital da PSP de Santarém, que disse não ter dado qualquer ordem nesse sentido, prometendo abrir um processo de averiguações ao caso.

«O Comando [distrital] não deu nenhumas orientações nesse sentido. Achamos muito estranho que alguém tenha feito esse tipo de disparate», afirmou à Lusa Jorge Soares, porta-voz da PSP de Santarém, que inclui o concelho de Ourém.

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«Qualquer ordem nesse sentido teria de passar pelo Comando e nós não demos qualquer ordem», acrescentou o responsável.

«Situação inaceitável»

Em declarações à Lusa, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, considerou que o caso «é, no mínimo, estranho e não faz qualquer sentido».

«Presumimos que foi uma situação localizada, uma vez que não temos indicação de qualquer outro caso, a nível nacional. Deve ter sido um equívoco da PSP de Ourém», afirmou.

Já o presidente da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), João Dias da Silva, classificou a situação de «inaceitável», sublinhando que a plataforma responsável pela organização do protesto de sábado tem estado em permanente contacto com a PSP, de forma a organizar a chegada dos autocarros que trazem os manifestantes a Lisboa.

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