José Antonio Urrutikoetxea Bengoetxea, vulgarmente conhecido por Josu Ternera, o histórico da ETA, foi encontrado na posse de um passaporte português.
De acordo com os serviços secretos espanhóis, citados no domingo pelo diário El Mundo, Ternera usava o documento para se deslocar de Itália à Alemanha e registar-se numa clínica de Düsserdolf, para tratamentos derivados ao cancro de que padece.
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Esta é a primeira vez que um membro da ETA é referenciado com um passaporte português. Os documentos que têm sido mais utilizados pelo grupo terrorista basco são mexicanos (como foi o caso de Andoni Fernandez, que foi detido em Março no Aeroporto de Lisboa) e do Belize.
O SEF vai tentar apurar se se trata de um passaporte roubado a algum cidadão português e depois falsificado com a fotografia de Josu Ternera ou se é uma base verdadeira de um passaporte nacional, em que foi inscrita a identidade do etarra.
Segundo a edição desta segunda-feira do Diário de Notícias, no domingo à noite as autoridades italianas estavam a tratar do envio do passaporte digitalizado de Ternera para ser analisado em Lisboa.
Este ano em Portugal
Com a detenção em território nacional de três etarras e com a descoberta de uma base logística da organização, com explosivos, em Óbidos, as autoridades portuguesas e o Governo assumiram a presença do grupo em Portugal.
Garokoitz Arrieta (indiciado pelos crimes de roubo de viatura e terrorismo) e Iratxe Ortiz de Barron (suspeita de falsificação de documentos e apoio ao terrorismo), devem ser extraditados em breve para Espanha. Quanto a Andoni Fernandez, o Tribunal de Relação de Lisboa aceitou o mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades espanholas, mas só depois de este responder, em Portugal, pelos crimes pelos quais está indiciado cá, onde é suspeito de montar um armazém de explosivos numa casa de Óbidos e de participação em preparação de acto terrorista. O seu companheiro, também referenciado na mesma casa, ainda está em fuga.
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