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Bebés morrem em ambulância

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Entre quinta e sexta-feira duas crianças perderam a vida a caminho de uma urgência. Carregal do Sal é um caso de negligência grosseira, diz associação de Técnicos de Emergência. A segunda criança morreu na Anadia, mas pai não aponta falhas ao INEM

Uma bebé de três meses morreu esta sexta-feira no acesso ao Hospital de Anadia, dentro da ambulância do INEM, levando o movimento de utentes local a falar em desencontro das viaturas de socorro, o que foi refutado pelo INEM.

Segundo José Paixão, do movimento «Utentes para a Saúde», que tem promovido os protestos contra o encerramento da urgência em Anadia, «a ambulância do INEM não tinha pessoal especializado e teve de esperar pela viatura de emergência médica, havendo um desencontro entre as viaturas».

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Fomos às urgências encerradas

Saúde: o que falta fazer

Contactado pela Lusa, Pedro Santos, do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), negou que tenha havido qualquer desencontro entre a ambulância do INEM colocada em Anadia e a viatura de emergência médica e esclareceu que «foram os pais que se dirigiram para o Hospital de Anadia, onde a criança não foi assistida porque não tem urgência».

«Quando os pais ligaram para o 112 já estavam a caminho. De acordo com o que descreveram, depararam com o bebé, de dois meses, roxo e sem respirar, quando o foram buscar à cama e no decurso da chamada telefónica foram accionadas a ambulância do INEM e a viatura de emergência médica», esclarece Pedro Santos.

De acordo com o porta-voz do INEM, a ambulância regressava de Coimbra, para onde havia transportado um doente, e estava a três minutos do local, pelo que se encontrou com o carro dos pais do bebé no parque de estacionamento do Hospital de Anadia, sendo a criança passada para a ambulância e iniciadas imediatamente as manobras de reanimação, sendo assistida por uma equipa de quatro elementos.

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Quanto à viatura de emergência médica, partiu do Hospital dos Covões naquela direcção e, passados 15 minutos, estava no local, acrescentou Pedro Santos.

«Estiveram cerca de 40 minutos em manobras de reanimação, com suporte avançado de vida e ainda assim transportaram o bebé para o Hospital Pediátrico de Coimbra, mas infelizmente já não foi possível salvá-lo», disse.

O porta-voz do INEM lamenta o sucedido, mas considera que «a emergência médica funcionou com os meios adequados e no momento certo».

Deu à luz nas urgências

Fernando Pina, presidente da Junta de Freguesia de Anadia, disse à Lusa que estava no local, por volta das 9h00, e presenciou os acontecimentos.

«O que vi foi a ambulância do INEM parada no acesso ao Hospital e um carro da emergência médica que veio de Coimbra para prestar assistência».

Segundo Fernando Pina, as viaturas juntaram-se nas imediações do Hospital de Anadia, «que teria outras condições, mas não deixaram a criança entrar e esteve quase meia hora a ser assistida na ambulância».

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«Vi os médicos e enfermeiros do Hospital de Anadia a assistirem das janelas, impotentes, ao que se passava, e na ambulância os profissionais fizeram o que puderam no meio da estrada, mas não conseguiram resolver a situação», descreveu à Lusa Fernando Pina.

Este é o segundo caso em menos de 24 horas de um bebé que morre numa ambulância, a caminho do hospital.

Na quinta-feira, uma menina com cerca de três meses de idade chegou cadáver ao Hospital de S. Teotónio, em Viseu, após ter sido transportada do Centro de Saúde de Carregal do Sal, numa ambulância dos Bombeiros de Cabanas de Viriato, ao colo da mãe.

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