Portugal tem uma farmácia para cada 3.372 habitantes - TVI

Portugal tem uma farmácia para cada 3.372 habitantes

  • Rui Pedro Vieira
  • 6 mar 2007, 13:44
Farmácias lançam cartão com descontos

Portugal tem mais farmácias, relativamente à população, do que a maioria dos países da União Europeia (UE). Com 3.372 habitantes por estabelecimento, Portugal situa-se abaixo da média da UE, que regista 5.808 habitantes por cada farmácia, revelou esta terça-feira a Associação Nacional de Farmácias (ANF) a propósito do ciclo de conferências sobre o Modelo Europeu de Farmácia, que decorreu em Lisboa.

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«Partindo do cenário de crise em que o sector farmacêutico se encontrava em 1975, hoje somos reconhecidos pelos parceiros europeus como um dos melhores exemplos de recuperação e modernidade», referiu o presidente da ANF, João Cordeiro.

Céptico quanto à proposta de liberalização das farmácias com que o Governo pretende avançar, João Cordeiro sublinhou, no congresso desta terça-feira, «que a medida não é uma exigência dos consumidores e, por isso, é difícil perceber a prioridade do Governo». Para o presidente da ANF, «são importantes estudos sobre os impactos da liberalização das farmácias, que até ao momento desconhecemos» e acrescentou que «a liberalização da propriedade vem degradar o modelo de funcionamento das sociedades».

A partir de dados da Pharmaceutical Group of European Union (PGEU), o estudo apresentado esta terça-feira dá ainda conta de que a Grécia é o país da UE com mais farmácias, totalizando 1.185 habitantes por cada habitante, seguido da Bélgica (com 1.970) e Espanha (2.042).

Já no outro extremo, são os países do Norte da Europa que menos farmácias detêm por habitante. Com 19.294 habitantes por estabelecimento, a Dinamarca é o país com menos farmácias da UE, seguido da Suécia (com 10.276), da Holanda (9.846) e da Noruega (8.597).

Portalegre é o distrito com mais oferta

Para contrariar a ideia de que o actual modelo de gestão das farmácias «fomenta monopólios», o advogado Abel Mesquita defendeu, durante o congresso, que a distribuição de recursos de saúde por distrito «atestam a equidade nacional no acesso às farmácias», com o modelo actual «a assentar no princípio de um farmacêutico, uma farmácia».

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o distrito de Portalegre é o que detém mais farmácias em função da população, com 1.610 habitantes por estabelecimento. Segue-se Évora (com 2.035) e Beja (2.146).

Lisboa conta com 3.349 habitantes por farmácia, enquanto o Porto, com 4.371, é o terceiro distrito com maior disparidade do número de farmácias em relação densidade populacional. Neste ponto, Braga é o que detém mais habitantes por farmácia, com 4.801, seguido da Região Autónoma da Madeira (4.585).

«Não existe monopólio nas farmácias, porque elas não controlam preços, produtos, localização ou iniciativa de instalação. Se existe monopólio é da parte do Estado que regula o sector», concluiu Abel Mesquita.
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