Vara: «Estranho que ninguém saiba quem é dono do Sol» - TVI

Vara: «Estranho que ninguém saiba quem é dono do Sol»

  • Redação
  • Manuela Micael, tvi24.pt
  • 19 fev 2010, 12:10
Armando Vara no tribunal de Aveiro

Arguido no processo «Face Oculta» e vice do BCP com mandato suspenso explica saída do banco da estrutura accionista do semanário

Relacionados
O vice-presidente do BCP com mandato suspenso, e arguido no processo «Face Oculta», garantiu, esta sexta-feira, que nunca teve interferência no semanário «Sol». Em declarações aos deputados, na Comissão de Ética, Armando Vara explicou porque o banco quis sair da estrutura accionista do jornal.

«A entrada do banco no capital do jornal teve sempre uma intenção de saída. Quando chegámos [à administração do BCP] a decisão de sair do capital do Sol estava tomada. O banco não era sócio do jornal e eu não tinha nenhuma responsabilidade na sociedade que tinha a participação do jornal», garantiu.

«Não sabíamos quem eram os outros accionistas do jornal «Sol»; não sabíamos quem eram os últimos beneficiários do jornal e decidimos sair», acrescentou, para explicar a saída da empresa ligada ao BCP que detinha capital do «Sol».

À saída, aos jornalistas, foi ainda mais claro: «É muito estranho que ninguém saiba quem são os donos [do semanário Sol]; todos querem saber para quem trabalham».

«Sabemos quem está à frente, mas não quem está atrás: e isso é o mais importante», disse ainda.

Questionado sobre se os capitais do «Sol» estarão em mãos angolanas ou em off-shores, Vara escusou-se a responder, repetindo que é «estranho que não se saibam» quem detém o órgão de comunicação social.

«Nunca falei com o primeiro-ministro sobre a TVI

Sobre a questão do alegado corte de publicidade ao jornal, Armando Vara explicou que a questão é «previamente adjudicada» a uma empresa de meios, que decide em que jornais se faz publicidade ao banco. «A administração do BP não interveio directamente sobre a decisão dos meios a anunciar», assegurou.

Ainda no que se refere ao jornal «Sol», Armando Vara disse aos deputados não ter «conhecimento que tenha sido cortada qualquer linha de crédito» ao semanário. Contudo, admitiu que, «a partir do momento que saímos do capital do jornal, não tínhamos condições para avaliar o risco». «Não conhecíamos os accionistas e não podíamos avaliar o risco. É uma questão comercial. Eu não tenho a certeza, mas julgo que não houve qualquer corte de linha de crédito», sublinhou.

Questionado pelo deputado do Bloco de Esquerda João Semedo sobre o que queria dizer quando afirmou que o banco desconhecia os «últimos beneficiários» do jornal «Sol», Armando Vara limitou-se a responder que «uma coisa é conhecer as empresas, outra coisa é sabermos verdadeiramente quem são os donos das empresas».

«Não houve mudança súbita na decisão: foi uma decisão que já estava tomada. Seria a Cofina a comprar a participação do BCP. Era o que estava contratualizado. Quando a Cofina não quis comprar, nós mantivemos a intenção de vender», disse ainda em resposta ao deputado do PCP que questionou Vara sobre a relação do Millennium BCP e o grupo de media.
Continue a ler esta notícia

Relacionados

Mais Vistos