Cimeira: aposta em biocombustíveis é um «mistério» - TVI

Cimeira: aposta em biocombustíveis é um «mistério»

Milho transgénico (Foto de João Santiago)

Portugal e Espanha «forçados» a apostar nos combustíveis alternativos

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Portugal definiu como meta até 2010 a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis fósseis para 10%, conforme foi aprovado em Conselho de Ministros nesta quinta-feira. Mas, o que é que está a ser feito nesse sentido? Segundo Francisco Ferreira, da Quercus, à custa da importação dos combustíveis.

A aposta nos biocombustíveis é uma realidade a nível europeu, pelo que será um dos pontos mais importantes durante a Cimeira Luso-Espanhola que decorre esta sexta-feira e sábado em Braga. As associações ambientais também esperam que os dois governos discutam a gestão das bacias hidrográficas partilhadas, através da Convenção sobre Cooperação para a Protecção e o Aproveitamento Sustentável das Águas das Bacias Hidrográficas Luso-Espanholas (Convenção de Albufeira), que entrou em vigor em 2000.

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Para Francisco Ferreira, «seria preferível apostar na redução do consumo, uma vez que a aposta nos biocombustíveis não é pacífica». «Pelo que sabemos, Portugal está a apostar na importação de combustíveis vindos do Brasil, o que constitui emissão zero. Ainda não se percebeu bem onde é que Portugal vai apostar, sabendo-se que a possibilidade de produção é no milho e essa aposta tem-se revelado desinteressante noutros países», frisou em declarações ao PortugalDiário. Resumindo, este ponto na agenda é algo «misterioso», existindo um «optimismo excessivo».

«Talvez exista uma estratégia comum que possa ser adoptada por Portugal e Espanha», resumiu, assumindo o seu cepticismo. De qualquer forma, «se se avançar com a aposta nos biocombustíveis, terá de ser de forma muito ponderada», reforçou, lembrando que a 23 de Janeiro a Comissão Europeia vai divulgar o Pacote de Energia e Clima, com objectivos bem definidos para cada país.

Recursos hídricos



Ainda no âmbito da Cimeira, as associações ambientais Quercus, a LPN e o GEOTA aproveitaram para alertar para a questão das bacias hidrográficas partilhadas.

«Esperamos que haja uma posição clara sobre esta matéria, uma vez que a Convenção de Albufeira continua por aplicar. O objectivo é garantir o bom estado ecológico de todas as massas de água até 2015, exigido pela Directiva-Quadro da Água. Mas, até ao momento, desconhecem-se as diligências tomadas por Portugal e Espanha no que diz respeito a esta matéria», frisou Sandra Oliveira, da Quercus.



«Portugal tem uma desvantagem, porque está a jusante, logo muito dependente de Espanha. O que nos preocupa é que, para além da falta de informação, os caudais ainda não estão definidos. É necessário que essa situação fique resolvida para que Portugal não corra o risco da escassez de água», referiu ao PortugalDiário.
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