Braga recebe cimeira Ibérica com segurança total

A escolha do Mosteiro de Tibães, em Braga, para acolher a Cimeira Ibérica entre os governos de Portugal e Espanha prende-se com a segurança e tranquilidade do local e com o número de espaços para reuniões, disse esta terça-feira à Lusa fonte do Governo português.

Segundo a fonte, em termos de segurança o Mosteiro de Tibães, situado a sete quilómetros de Braga, oferece garantias, quer porque é murado em toda a sua extensão, quer porque nele podem aterrar helicópteros, nomeadamente o do presidente do Governo espanhol, José Luiz Rodriguez Zapatero.

Acessos limitados por estrada

Acresce que - sublinhou a fonte - tem acessos limitados por estrada, o que permite a restrição da entrada na zona a curiosos ou mesmo a manifestantes políticos, e é passível de ser vigiado por via aérea, neste caso por helicópteros das forças policiais ou militares. A Cimeira Ibérica decorre, em Braga, sexta-feira e sábado.

Sócrates e Zapatero reunidos

O mosteiro, que se encontra encerrado ao público desde domingo, foi já vistoriado várias vezes pelos serviços de segurança portugueses, que elaboraram o respectivo plano local.

Este plano de segurança prevê, segundo fontes policiais contactadas pela Lusa, quer uma eventual acção espectacular da ETA, quer a possibilidade de grupos galegos independentistas de extrema-esquerda se manifestarem na zona, ou mesmo realizarem pequenas acções de rua, como sucede, por vezes, na Galiza.

Serviços secretos portugueses e espanhóis, GNR, PSP e SEF

Na operação vão estar envolvidos os serviços secretos dos dois países, a GNR, a PSP e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

O plano implica um reforço da vigilância policial nas fronteiras luso-galaicas e nas estradas secundárias, sobretudo as que dão acesso aos locais de pernoita de ambas as comitivas governamentais, que ainda não são conhecidos.

Mosteiro tem condições para que Sócrates faça o seu jogging habitual

Tem, ainda, condições para que o primeiro-ministro português faça o seu jogging habitual, se assim, o entender.

A realização da Cimeira é vista pela directora do Museu do Mosteiro, a conservadora Aida Mata, como uma oportunidade rara de divulgação, quer em Portugal, «onde há muita gente» que não conhece o monumento, quer em Espanha.

Mosteiro de Tibães: escolha por razões de segurança
A opção pelo Mosteiro de Tibães, acrescentou a fonte, como único local da Cimeira, em detrimento do Theatro Circo, prende-se quer com razões de segurança, quer com a operacionalidade da estrutura, já que a sua realização exige, pelo menos, 11 salas de reunião.

O mosteiro, com cerca de 40 hectares de área construída ou zonas ajardinadas e florestadas, proporciona as condições ideais para que os governantes se possam descontrair, tendo, ainda, capacidade para servir refeições.

O primitivo Mosteiro terá tido origem no começo da cristianização da zona, nos séculos VI ou VII, mas foi com os monges beneditinos, nos séculos XVI e XVII, que atingiu o seu máximo esplendor.

O ex-IPPAAR, Instituto Português do Património Arqueológico, investiu já 13,5 milhões de euros na sua recuperação, tendo a segunda fase da obra sido, recentemente, adjudicada à construtora bracarense Casais, SA.

Com um prazo de execução de 720 dias, esta segunda fase da reabilitação do Mosteiro de Tibães envolve trabalhos de restauro, intervenção nas paredes, pavimentos e tectos em pedra, bem como a construção de uma estrutura de betão armado e uma outra metálica e mista no edifício actual.