“The seven moons of Maali Almeida”, do escritor nascido no Sri Lanka Shehan Karunatilaka, é o vencedor do The Booker Prize 2022, anunciou esta segunda-feira a organização do prémio.
O presidente do júri do prémio, Neil MacGregor, descreve o livro como "um ´afterlife noir` que dissolve os limites não só de géneros diferentes, mas também de vida e morte, corpo e espírito, leste e oeste".
Na obra “As sete luas de Maali Almeida” (numa tradução livre), os leitores descobrirão “a ternura e a beleza, o amor e a lealdade, e a busca de um ideal que justifique toda a vida humana”.
We are delighted to announce that the WINNER of the #BookerPrize2022 is ‘The Seven Moons of Maali Almeida ’ by Shehan Karunatilaka.
— The Booker Prizes (@TheBookerPrizes) October 17, 2022
Discover more about the winning book: https://t.co/e5pLgvWmld@shehankaru @sortofbooks @ShahidhaBari @hrcastor @amabanckou @mjohnharrison pic.twitter.com/mtaVewL7Ij
Shehan Karunatilaka é o segundo autor nascido no Sri Lanka a ganhar o Booker Prize depois de Michael Ondaatje, que venceu em 1992.
Shehan Karunatilaka emergiu na cena literária mundial em 2011 quando ganhou o Prémio da Commonwealth com o romance de estreia “Chinaman”. O autor, que também escreveu canções de rock, guiões e histórias de viagem, venceu agora, com o seguindo romance, o Booker Prize.
Numa entrevista para o site da internet do galardão, o autor diz que começou a pensar neste livro em 2009, após o fim da guerra civil no Sri Lanka, "quando houve um debate feroz sobre quantos civis morreram e de quem foi a culpa", acrescentando que decidiu escrever "uma história de fantasmas em que os mortos pudessem oferecer a sua perspetiva".
O prémio foi atribuído pela rainha consorte, numa cerimónia realizada hoje na Roundhouse, com um discurso de abertura da cantora-compositora Dua Lipa e apresentado pela comediante Sophie Duker.
“The Seven Moons of Maali Almeida, que está publicado pela editora independente Sort of Books, explora a vida após a morte, numa investigação negra, no meio do caos assassino de um Sri Lanka assolado pela guerra civil.
Em Colombo, 1990, o fotógrafo de guerra Maali Almeida está morto, e não faz ideia de quem o matou. O fotógrafo tem sete luas para tentar contactar o homem e a mulher que mais ama e levá-los a uma conjunto escondido de fotos que irão abalar o Sri Lanka.
O autor, que com o primeiro romance venceu prémios como o Prémio Gratiaen e que foi selecionado para a BBC e para o Grande Jubileu de Leitura da Agência de Leitura, em 2021, nasceu em Galle, Sri Lanka, em 1975, e cresceu em Colombo.
Para o presidente do júri, qualquer um dos seis livros “préseleccionados teria sido um vencedor digno”.
“O que os juízes particularmente admiraram e apreciaram em ´The seven moons of Maali Almeida` foi a ambição do seu alcance, e a audácia hilariante das suas técnicas narrativas. Este é um thriller metafísico, um ´afterlife noir` que dissolve os limites não só de géneros diferentes, mas também de vida e morte, corpo e espírito, leste e oeste”.
“É uma brincadeira filosófica inteiramente séria que leva o leitor ao ´coração negro do mundo` - os horrores assassinos da guerra civil no Sri Lanka. E uma vez lá, o leitor descobre também a ternura e a beleza, o amor e a lealdade, e a busca de um ideal que justifique cada vida humana”, frisou Neil MacGregor.