Carlos Tavares anunciou esta segunda-feira que «na última reunião do Conselho Directivo da CMVM deliberámos uma comunicação adicional de novos indícios de ilícitos que podem ser de natureza criminal [e vamos dirigir esta informação] ao Ministério Público».
Uma revelação da existência de novos indícios criminais que surgiram quando o presidente da CMVM foi questionado pelos jornalistas, à margem do seminário que comemora os 35 anos da DECO, sobre a intenção de João Rendeiro o processar pelas declarações realizadas na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças pela comparação entre o BPP e o caso Madoff.
«Comparar-me a Madoff vai ter consequências graves»
Entregue versão final do plano de recuperação
O presidente da CMVM mantém as declarações, ressalva que «só por défice de informação» pode surgir este processo por difamação, e aconselha o ex-homem forte do BPP a ouvir as gravações realizadas pelos serviços do Parlamento.
«Eu não fiz uma comparação global dos dois casos, porque são diferentes». «O que eu disse na Assembleia da República é o que mantenho», frisou Carlos Tavares, repetindo que «há alguns elementos na gestão de activos do BPP podem ser encontrados no caso Madoff; tanto num caso como no outro não foram detectados pelos reguladores».
«Existem indícios de ilícitos criminais, reportados pela CMVM e pelo Banco de Portugal, e existem irregularidades que ditaram a suspensão temporária de alguns administradores do BPP», recordou, garantindo de novo que «existem situações pontuais que podem ser comparadas» ao caso Madoff.
À Lusa, Carlos Tavares esclareceu estes novos indícios vão ser comunicados esta semana ao Ministério Público. «A comunicação ao Ministério Público será feita esta semana», revelou o presidente da CMVM.
O ministro das Finanças que tinha sido anteriormente questionado pelos jornalistas sobre o caso BPP disse apenas que espera que a «CMVM tire as suas ilações e exerça a sua jurisdição como regulador».
Novos indícios de crime no caso BPP
- Judite França
- 27 abr 2009, 12:36
Presidente da CMVM vai enviar informação ao Ministério Público
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