Comprar ou arrendar: prós e contras - TVI

Comprar ou arrendar: prós e contras

Chaves de casa

Não é uma escolha simples, mas há contas a fazer que o podem ajudar a decidir

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É uma dúvida que assalta muitos portugueses: comprar ou arrendar? Para responder a esta pergunta é preciso ponderar diversos factores e há alguns que não podemos analisar por si; dependem do seu gosto pessoal e fazem parte do seu projecto de vida.

Há quem prefira ser proprietário, estar à vontade para remodelar; e outros que privilegiam a mobilidade e a certeza de que, se os tempos piorarem ou a taxa de juro subir, como aconteceu recentemente, é sempre possível encontrar um apartamento mais barato.

Mas há contas que o podem ajudar a perceber que o facto de a prestação ao banco ser semelhante ao de uma renda paga ao senhorio tal não quer dizer que gaste o mesmo.

Ora vejamos, para quem compra casa através de um empréstimo ao banco, além dessa prestação fixa, terá de pensar nos valores da escritura, notário, encargos bancários, Imposto Municipal de Transacções e Imposto Municipal sobre Imóveis - um valor que para um empréstimo de 100 mil euros pode ultrapassar os 3500 euros -, ao que irá juntar o seguro de vida e multiriscos, condomínio, taxa de saneamento e manutenção do imóvel.

Já o arrendamento obriga apenas à renda mensal que é, no entanto, actualizável anualmente, à taxa de inflação. É o senhorio que se preocupa com os restantes custos, logo pode poupar dinheiro.

Leia mais sobre os custos.

Há ainda outra premissa a ter em conta: a crise imobiliária veio destruir a ideia de que o preço dos imóveis vai subindo de forma contínua ao longo dos anos - o que levava a que a aquisição de uma casa fosse, não só um espaço para viver, também um investimento seguro e rentável.

Gonçalo Gomes, responsável pela área de investimento do ActivoBank7, explica que, «ao contrário do que se acreditava até há pouco tempo, o valor dos imóveis também pode descer. Desde os valores máximos atingidos em 2006, o preço das casas desceu perto dos 28% nos Estados Unidos, segundo dados do «Financial Times» e cerca de 7,5% em Portugal».

Segundo um estudo divulgado pelo IPD Portugal Imométrica de Investimento Imobiliário, o retorno total do investimento em activos imobiliários em Portugal durante 2008 foi praticamente nulo.

Olhando para a desvalorização dos imóveis, Aitor Azárate, autor de «Mexa o Seu Dinheiro e Enriqueça com a Crise» ou «O que os Ricos Sabem e não Contam», incita os seus leitores a usarem o dinheiro que gastariam com a aquisição do imóvel num investimento cujo retorno seja maior do que o auferido com a venda de uma casa.

Esta é a premissa deste especialista em fiscalidade: «Há que passar a arrendar, investindo o remanescente para fazer crescer o dinheiro, porque caso contrário estamos sentados em cima de tijolo».

O senão, nesta teoria, é que o imóvel não é seu, não lhe poderá dar mais-valias, no caso de ter feito uma boa compra e, pior, pode ser obrigado a mudar de casa, caso o senhorio decida cancelar o contrato. Para Gonçalo Gomes, há ainda que contar com o facto de uma casa arrendada acarretar algumas restrições como o facto de não a podermos remodelar ou mesmo ter animais domésticos, se o proprietário assim entender.

Mas o certo é que entre as duas opções, aponta este especialista em investimentos, «não há um clara vencedora» [ver texto inferior], a não ser que a estadia seja curta; nesse caso os custos iniciais com a compra do imóvel fazem do arrendamento a melhor opção.

Vender uma casa que se comprou há apenas meia dúzia de anos, porque encontrou um novo emprego ou precisa de um imóvel maior, é normalmente um mau negócio. Ao adquirir um imóvel com recurso a empréstimo bancário, o montante amortizado, neste curto espaço de tempo, é muito pequeno; o que significa que ao vendê-lo, por vezes, nem é possível cobrir as despesas que teve com a compra.

Mas se já encontrou a sua casa de sonho, tem capital próprio para uma entrada e procura estabilidade, então procure o melhor negócio
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