A Grécia chegou a um acordo preliminar com os credores, o qual deverá abrir caminho para discussões sobre a redução da dívida, anunciou hoje o ministro das Finanças grego.
“As negociações foram concluídas”, disse, aos jornalistas, Euclide Tsakalotos, de acordo com a agência noticiosa grega ANA, sendo que depois o fundo de resgate da Zona Euro, MEE, confirmou o mesmo.
"As equipas dos funcionários da Comissão Europeia, do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional chegaram a um acordo preliminar com as autoridades gregas sobre um conjunto de medidas para apoiar a recuperação na Grécia e que será a base para concluir a 2ª revisão do programa de apoio à estabilidade do MEE", lê-se em comunicado. O objetivo é receber a próxima tranche do resgate de 86 mil milhões de euros.
Em causa, neste acordo, estão as reformas do sistema de pensões e do imposto sobre rendimento da Grécia. Medidas para entrar em vigor em 2019 e 2020. As pensões já foram cortadas em mais de 40% desde 2011.A redução adicional acordada será de 18%, segundo o Financial Times.
As autoridades gregas confirmaram a sua intenção de implementar rapidamente este conjunto de medidas, que será agora complementado por mais discussões nas próximas semanas sobre uma estratégia credível para garantir que a dívida da Grécia seja sustentável", adianta o mesmo comunicado do fundo de resgate.
Os juros da dívida soberana da Grécia estão a aliviar, caindo 30 pontos bases a dois anos, para 6,11%. A taxa de rendibilidade das obrigações a dez anos, aquelas que servem de referência, situou-se em 6,23%, igualmente um alívio, aqui de 17 pontos base.
O parlamento grego deve agora aprovar as reformas, abrindo caminho para que o Eurogrupo dê luz verde ao acordo na próxima reunião de 22 de maio.
As discussões entre a Grécia e os credores – Comissão Europeia, União Europeia e Fundo Monetário Internacional (FMI) – tinham sido retomadas a 29 de abril.
Antes disso, em fevereiro, ficou acordado começar a negociar a revisão do atual programa de assistência, com Atenas a ceder em mais reformas. Ou seja, meses e meses de impasse e negociações. Parece agora, finalmente, haver fumo branco.