De acordo com Henrique Granadeiro, é até «intrigante» que a PT não tenha ainda agido judicialmente, tendo criticado a «passividade» da empresa em relação ao Banco de Portugal.
«Intriga-me que a PT SGPS não tenha ainda demandado judicialmente o BES e o Novo Banco, cuja infidelidade, omissão de informação e prestação de informação falsa e extemporânea não sofre qualquer contestação. Igualmente estranho a passividade da PT SGPS perante o regulador Banco de Portugal, que diferenciou ilegalmente o tratamento dos investidores em papel comercial, do grupo BES».
Granadeiro revelou ainda que ele próprio, antes de abandonar o cargo de CEO, em agosto de 2014, comunicou ao Novo Banco e ao governador que iria avançar para tribunal.
«Deixo dito que eu próprio, acompanhado do CFO Pacheco de Melo, fui comunicar ao presidente e vice-presidente do Novo Banco e ao governador que a PT iria atuar judicialmente para ser ressarcida dos seus prejuízos».
O ex-presidente da PT considera que a empresa foi vítima dessa omissão já que, na altura do investimento na Rioforte (fevereiro e abril), não tinha indícios de problemas no GES, até porque só conheceu a realidade das contas «em junho».
«Não existia qualquer elemento que permitisse concluir ou suspeitar de existência de qualquer situação que pudesse colocar em risco o investimento realizado».
Segundo Henrique Granadeiro, este investimento foi uma «sugestão» do próprio BES, sublinhando sobretudo o papel dos administradores comuns, Amílcar Morais Pires e Joaquim Goes, que acusa de terem conhecimento da informação «deliberadamente omitida».