Pires de Lima chama «brigada do resgate» ao manifesto pela PT - TVI

Pires de Lima chama «brigada do resgate» ao manifesto pela PT

Ministro diz compreender as preocupações, mas rejeita a palavra resgate utilizada por um grupo que lançou um manifesto com um apelo para resgatar a PT

O ministro da Economia, António Pires de Lima, disse esta terça-feira compreender «as preocupações» de personalidades que apelaram ao «resgate» da Portugal Telecom, mas rejeita esta palavra por estar ligada à herança deixada pelo antigo primeiro-ministro José Sócrates.

«Eu li. São pessoas que respeito e compreendo as preocupações. São pessoas que têm uma história recente em Portugal, que têm formulado uma série de manifestos - penso que nos últimos tempos -, e que terminam sempre com uma palavra que é preciso evitar: resgate», disse Pires de Lima no final de uma visita à fábrica do grupo Visteon, em Palmela.

«Portugal teve um regate, aquele que nos deixou como herança o Eng.º José Sócrates e não quero ter mais nenhum», salientou, apelidando de «brigada de resgate» o grupo de subscritores do apelo.

«Essa é seguramente uma linha de orientação que este Governo vai seguir», garantiu Pires de Lima.
Na terça-feira, depois de se saber da proposta dos franceses da Altice para comprar a Portugal Telecom, diversas personalidades como Bagão Félix, Francisco Louçã, Freitas do Amaral e Manuel Carvalho da Silva subscreveram um «apelo para resgatar a PT», em que exigem «das autoridades políticas e públicas uma atuação intensamente ativa» na empresa.

No documento a que a agência Lusa teve acesso, refere-se que «a gravidade da situação da PT é incompatível com silêncios, omissões ou acomodações. Está em causa o interesse nacional na sua mais genuína interpretação. Está em causa a prossecução do bem comum e a defesa estratégica da soberania nacional. Por isso, exige-se das autoridades políticas e públicas uma atuação intensamente ativa».

Para os subscritores do apelo, «este problema não pode, pois, ser exclusivamente deixado à lógica estrita de mercado e de interesses particularistas» e «não pode ser tratado como se se tratasse de um assunto de quase rotina sujeito à lei mecânica da indiferença e da passividade».

«Exige apuramento profundo e integral de responsabilidades e a salvaguarda de aspetos inalienáveis da nossa
soberania. Portugal não pode ficar desarmado. Os órgãos de soberania devem interpretar fielmente a prossecução do bem comum que é pertença da nação», argumentam no texto.

No apelo, os subscritores consideram que «as razões do descalabro e desmembramento da PT, no contexto da sociedade e da economia portuguesa, advêm, ao longo deste século, de graves erros, distorções, falta de visão estratégica nacional e diluição ética de diferentes níveis de decisão».

«Importa, por isso, aprofundar as ilações a extrair desta situação», declaram.
 


 

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