Uma atuação "prudente" no que toca às contas públicas permite ao Governo dizer que está "no caminho certo". O primeiro-ministro analisa assim a queda do défice para 1,9%, anunciada esta sexta-feira pelo INE e não vê na capitalização da Caixa Geral de Depósitos uma preocupação. "Já é claro" que não terá impacto, assegura. A meta do Governo para o conjunto do ano de 2017 é chegar a um défice de 1,5%. António Costa diz que está no papo, tal como menos de uma hora antes também antecipou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Corresponde aos números estimados da execução orçamental que permitirão chegar ao final do ano cumprindo o nosso objetivo".
António Costa congratulou-se, em declarações aos jornalistas, dizendo que "felizmente quer a economia, quer a execução orçamental mostram que estamos no caminho certo".
Não podemos ver estes últimos trimestres como excepção, mas como regra [e o ínício de uma] década sustentada de crescimento".
O primeiro-ministro constata que "quando se está no caminho certo há uma coisa a fazer: não mudar de caminho". "Temos obviamente sempre a ambição de fazer melhor, mas aquilo que temos estado a constatar é que estamos a crescer de forma mais sólida, mas demonstra também forma prudente como temos elaborado os exercícios orçamentais: conservadores na perspetiva do crescimento, rigorosos na fase da execução".
O Presidente da República também considera que estas são "boas notícias" e também acredita que a meta do Governo para o final do ano vai ser cumprida. Marcelo aproveitou ainda para responder aos críticos, comentando a revisão em alta pelo INE relativamente ao crescimento no segundo trimestre de 2017 para os 3%, lembrando que ele próprio já tinha avançado a meta de 3,2%.
Quando eu, na Croácia, tinha dito que se devia apontar para 3,2%, houve quem dissesse que o Presidente é um otimista, é um sonhador, imagina realidades impossíveis. Pois, é possível".
Também o ministro das Finanças já veio dizer que os números divulgados pelo INE "são muito positivos" e trazem "uma confiança reforçada nos objetivos para 2017 e na sua obtenção". Sobre a entrada da capitalização da Caixa Geral de Depósitos no défice, garantiu que "não terá impacto" na avaliação de Bruxelas.
A Comissão Europeia não se quis pronunciar sobre isso, mas o primeiro-ministro, que falou depois de Centeno, sim: Costa diz que atualmente "já é claro" que "o eventual efeito estatístico" da recapitalização da CGD não terá impacto na avaliação do défice.
Isso está hoje claro, é uma medida absolutamente excecional e, independentemente de como venha a ser classificada - visto que ainda não há neste momento entre as entidades estatísticas um acordo sobre essa matéria -, não terá impacto na avaliação que a Comissão Europeia faça sobre o desempenho do nosso exercício orçamental".