A saída de Vítor Gaspar do Governo é negativa para o sentimento do mercado face a Portugal e pode dificultar o regresso pleno aos mercados de dívida, considera o economista português do BNP Paribas, Ricardo Santos.
Falando sobre a demissão do ministro das Finanças, o analista disse à Lusa que o evento «não é positivo para o sentimento do mercado face a Portugal e qualquer aumento de incerteza política conjugada com uma envolvente externa mais incerta pode dificultar o regresso pleno ao mercado».
Para Ricardo Santos, a saída de Gaspar não ocorre na melhor altura, já que acontece no início da preparação do Orçamento do Estado para 2014 e a menos de 15 dias do início da oitava revisão do Programa de Assistência Económica e Financeira pela troika, que acabou uma missão intercalar ainda na semana passada.
Para além destes eventos, o economista lembra que a demissão já acontece «numa fase de maior volatilidade no mercado que tem levado a uma subida das yields [taxas de juro sobre as obrigações de dívida] portuguesas».
Ainda assim, este fator negativo pode ser pelo menos parcialmente compensado pelo facto do agora ex-governante ser substituído por alguém da sua equipa - a até agora secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque - e que «manterá a mesma relação com a troika e com os mercados».
«Esta substituição poderá ser apresentada externamente como sendo de continuidade», considera ainda Ricardo Santos.
O banco assume já que Portugal vai precisar de uma programa cautelar quando sair do atual programa de ajustamento, no final da primeira metade de 2014.
Saída de Gaspar «pode dificultar regresso aos mercados»
- tvi24
- 1 jul 2013, 18:20
Escolha de Maria Luís Albuquerque para ministra pode ser encarada como «continuidade» e facilitar manutenção da relação com a troika
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