Cavaco espera que mercados tenham em conta défice de 2010 - TVI

Cavaco espera que mercados tenham em conta défice de 2010

Cavaco em campanha (EPA/TIAGO PETINGA)

Defensor Moura aplaude Governo, Francisco Lopes critica obsessão com dédice

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O Presidente da República considera que os dados da execução orçamental revelados pelo Governo são um indicador e espera que os analistas e os credores de Portugal tenham em conta esses números.

Questionado se o facto de o défice de 2010 ficar «bem abaixo» dos 7,3% previstos, conforme anunciou o primeiro-ministro afasta de vez a necessidade de recorrer a ajuda externa, Cavaco Silva hesitou. «Eu não digo que é uma garantia, digo que é um indicador, que esperemos que os credores de Portugal o analisem e tenham em consideração», afirmou citado pela Lusa, em declarações aos jornalistas em Elvas, durante uma acção de campanha para as eleições de 23 de Janeiro.

Referindo-se à «folga» orçamental de 800 milhões de euros anunciada pelo Governo, Cavaco Silva sublinhou que foi por essa razão que na segunda-feira disse para não se dificultar o trabalho do executivo.

«Acabou de ser anunciado há pouco com 800 milhões para além da previsão, por isso eu ontem [segunda-feira] dizia que não se criem dificuldades aos esforços que o Governo está a fazer para evitar que o Fundo de Estabilização Europeu seja necessário», declarou.

«Se o Governo não pedir, (o fundo europeu de estabilização financeira) nunca entrará em Portugal. Por isso eu tenho repetido e reafirmo que não se deve especular porque prejudica o país em relação às hipóteses, são apenas hipóteses de Portugal ter que recorrer a instituições internacionais para conseguir refinanciar-se», acrescentou.

Também o candidato presidencial Defensor Moura manifestou a sua satisfação pela execução orçamental. O deputado socialista, que falava aos jornalistas à margem de uma visita a uma instituição de solidariedade social de Viana do Castelo, felicitou o Governo e todas as instituições envolvidas na obtenção deste resultado «positivo».

«Acho que todos devemos fazer um esforço para cumprir o que foi acordado, infelizmente nem sempre essas ajudas são muito visíveis e às vezes parece que depois dos acordos, se quer que as coisas não sejam concretizadas. Neste caso conseguiu-se concretizar e penso que esse objectivo pode ser importante para que se evite a intervenção do FMI», afirmou.

Já Francisco Lopes criticou a «absolutização do défice». «Ninguém que se preocupe com o povo português e com Portugal pode estar satisfeito com o rumo que, independentemente desta ou daquela meta do défice, significa mais comprometimento da produção e do futuro, mais injustiças sociais e mais empobrecimento», afirmou o candidato a Belém apoiado pelo PCP e Verdes.

Para este candidato, os números anunciados pelo Governo «traduzem não uma opção de futuro, para desenvolvimento, produção, criação de riqueza, melhoria das condições de vida».
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