Juros ignoram anúncio do Governo e voltam a superar os 7% - TVI

Juros ignoram anúncio do Governo e voltam a superar os 7%

Juros subida

Depois do alívio de ontem, mercados voltam a castigar Portugal na véspera do primeiro leilão de Obrigações do Tesouro do ano

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Os mercados continuam a não dar tréguas a Portugal e nem o anúncio de José Sócrates - de que o défice orçamental de 2010 ficará «bem abaixo» dos 7,3% - serviu para acalmar o «nervosismo». Os juros da dívida soberana a 10 anos voltam esta terça-feira a ultrapassar a fasquia dos 7%.

Ontem o Banco Central Europeu (BCE) comprou dívida portuguesa, numa tentativa de travar a escalada dos juros e até conseguiu. Registou-se um alívio. Mas foi sol de pouca dura. Esta manhã, os juros das Obrigações do Tesouro a 10 anos regressam ao patamar dos 7%. Já sobem para os 7,135%.

Na Alemanha [que serve de referência] o sinal é contrário. As yields da mesma maturidade recuam ligeiramente para 2,857%, o que leva o spread da dívida portuguesa face à alemã nos títulos a 10 anos, ou seja, o prémio pedido pelos investidores para comprarem obrigações portuguesas em vez de alemãs, a situar-se nos 427,9 pontos base.

É, para já, esta a reacção do mercado na véspera do País realizar o «grande teste» do ano. Esta quarta-feira Portugal realiza o primeiro leilão de Obrigações do Tesouro de 2011, que inclui na verdade duas linhas de crédito, com duas maturidades diferentes, em 2014 e 2020. No total, o Estado espera conseguir arrecadar entre 750 e 1.250 milhões de euros no leilão.

Recorde-se que depois da Grécia e da Irlanda, Portugal tem sido apontado como o próximo País a ter de recorrer à ajuda da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Ainda assim, o primeiro-ministro, José Sócrates, já veio dizer que Portugal não vai pedir ajuda porque «não precisa».
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