Dívida: Merkel convida Sócrates para reunião - TVI

Dívida: Merkel convida Sócrates para reunião

Merkel, Barroso e Sócrates

Encontro surge numa altura em que 200 economistas alemães defendem bancarrota dos países sobreendividados

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O primeiro-ministro José Sócrates vai encontrar-se com Angela Merkel na próxima quarta-feira, dia 2 de Março, em Berlim, disse à Lusa fonte oficial.

Para além da preparação das cimeiras europeias do próximo mês - o Conselho Europeu extraordinário de 11 de março e o Conselho Europeu de 24 e 25 de Março - estará em cima da mesa de discussão a forma como o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) ou o mecanismo que lhe suceder poderá ser utilizado para ajudar de forma mais efectiva os países em dificuldades com dívidas soberanas. Portugal está dentro deste grupo de países.

O convite surge logo numa altura em que 200 economistas alemães defendem a bancarrota dos países sobreendividados e estão contra as soluções de Bruxelas.

Entre as atribuições que o Governo português defende para o futuro mecanismo está o aumento da capacidade financeira para os 500 mil milhões de euros e a possibilidade de intervir nos mercados primário e secundário de dívida. Ou seja, a compra directa de dívida pública dos Estados quando é emitida e, depois, quando é negociada no mercado. Para além disso, preconiza também empréstimos directos aos Estados membros.

As ideias de Portugal para a futura configuração do fundo foram expressas em vários momentos pelo ministro das Finanças mas nunca de forma tão sistematizada e directa como a que o governante utilizou quando criticou a «lentidão» europeia nesta área. «É muito importante a possibilidade de intervenção no mercado da dívida, quer no domínio do chamado mercado primário, quer mercado secundário, bem como a possibilidade de efectuar operações de empréstimo aos Estados-membros», disse Teixeira dos Santos a meio do mês.

Relativamente aos empréstimos, o governante defendeu que haja «diferentes modalidades, desde empréstimos que possam estar enquadrados num programa como aqueles que estão agora a ser utilizados para a Grécia e para a Irlanda até pura e simplesmente a abertura de linhas de crédito, à semelhança por exemplo do que o Fundo Monetário Internacional (FMI) faz, só que neste caso seria um instrumento europeu e em condições de financiamento não sejam tão onerosas como aquelas que estão a ser praticadas actualmente».

José Sócrates e Angela Merkel têm uma história já longa de trabalho em conjunto em momentos importantes para o projetco europeu, nomeadamente na resolução do Tratado de Lisboa durante a presidência portuguesa da União Europeia.
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