200 economistas: mais vale a bancarrota - TVI

200 economistas: mais vale a bancarrota

Agência Financeira

Alemanha está contra soluções de Bruxelas para países sobreendividados. Caminho é outro: reestruturar dívidas

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São quase duas centenas de economistas alemães a defender o mesmo: basta de Bruxelas querer encontrar soluções para a crise da dívida soberana; mais vale que os países reestruturem as suas dívidas e seja criado um mecanismo que preveja a falência dos Estados.

«Nós apelamos ao governo alemão para que coloque em curso as disposições para extinguir o mecanismo europeu de estabilidade e para elaborar rapidamente com os seus parceiros europeus um plano detalhado de bancarrota controlada para os países do euro sobreendividados», segundo um manifesto assinado por 198 economistas e que foi publicado pelo jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung.

Ora Portugal está precisamente neste grupo de Estados-membros em estado crítico. Ainda esta sexta-feira os juros da dívida a 10 anos voltaram a renovar máximos, embora o ministro das Finanças reitere que «apesar do muito ruído que se sente nos mercados, não temos notado restrições» na procura da nossa dívida e no acesso aos mercados.

Voltando ao manifesto alemão - que teve a assinatura de académicos alemães tanto residentes no país como no estrangeiro - defende ainda a possibilidade de reestruturação de dívida pelos Estados, ao invés de um mecanismo colectivo, como já existe hoje com o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF). Um mecanismo que se pretende que seja permanente a partir de 2013.

É que, argumentam, «uma reestruturação permite aos Estados em causa uma redução da sua dívida e garante um novo começo».

A possibilidade de estender uma garantia permanente às dívidas dos países em maiores dificuldades teria «consequências muito graves», cita a Lusa.

O manifesto dos economistas surge na semana em que os partidos da coligação alemã - CDU/CSU - que suportam o governo da chanceler Angela Merkel aprovaram uma resolução na câmara baixa do Parlamento alemão em que rejeitam a compra de títulos de dívida soberana no mercado secundário pelo futuro mecanismo de resgate.
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