EUA impedem FMI de analisar o seu sistema financeiro

Os Estados Unidos ainda não deixaram que o Fundo Monetário Internacional (FMI) analisasse em pormenor o seu sistema financeiro, cujas falhas estão na origem da actual crise financeira que alastrou ao resto do Mundo e que ameaça abrandar consideravelmente a economia mundial.

Uma atitude que contrasta com o facto de terem sido precisamente os EUA, mais precisamente a Administração Bush a pressionar o FMI a centrar-se nos assuntos cambiais e no sistema financeiro em geral, disse fonte do FMI, citada pela «Lusa».

O Fundo moveu-se na direcção desejada pelo seu maior accionista e enviou os seus peritos fazer uma análise «dos pontos de tensão potencial» dos sistemas financeiros dos países membros que o permitiram, disse fonte do organismo a coberto do anonimato.

O que preocupa o FMI em especial são os riscos que problemas em países «sistémicos» representam para o resto do planeta, precisamente o que se constatou na actual crise financeira como o aparecimento de um «buraco negro» nas hipotecas de risco nos Estados Unidos.

A grande maioria dos países desenvolvidos, designadamente o Reino Unido, Japão, França, Alemanha e Espanha, submeteram-se ao «Programa de Avaliação do Sector Financeiro», como é formalmente conhecida a revisão, e o mesmo fizeram algumas nações em vias de desenvolvimento como o Chile, Colômbia, México, Marrocos e Arábia Saudita.

Uma análise imediata do sistema financeiro por parte do FMI daria ao Governo norte-americano uma perspectiva nova sobre como reorganizar o seu sistema regulador.

Enquanto isto, a direcção do Fundo enfrenta críticas por não ter previsto a crise nos Estados Unidos, considerando ser este o episódio da instabilidade financeira mais grave desde a Grande Depressão.