Madeira: 200 trabalhadores com salários em atraso

Cerca de 200 funcionários do sector da hotelaria na Região Autónoma da Madeira têm salários em atraso, estimou esta quarta-feira o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores na Hotelaria, Turismo, Alimentação, Serviços e Similares do arquipélago.

«Pensamos que andará à volta dos 200 trabalhadores», afirmou Adolfo Freitas, que participou esta manhã numa acção de protesto em frente ao hotel Jardim Atlântico, no concelho da Calheta, onde 23 dos 46 trabalhadores se encontram em greve devido a salários em atraso.

Adolfo Freitas reconheceu, contudo, que há algumas empresas do sector que têm dificuldades em pagar os salários, mas acabam por cumprir o pagamento nos primeiros dias do mês seguinte.

O responsável salientou que este não é o caso de uma cafetaria na cidade do Funchal, onde desde maio os cinco trabalhadores não recebem o salário, ou de outra unidade hoteleira, também na capital madeirense, onde cerca de 140 empregados continuam por receber 50 por cento do salário de Setembro e a mesma percentagem do subsídio de natal de 2010, exemplificou o sindicalista.

Para a primeira situação, o sindicato emitiu um pré-aviso de greve para os cinco funcionários, admitindo o recurso à paralisação a partir de sexta-feira se as remunerações não forem acertadas pela entidade patronal.

O sindicalista explicou que em relação ao hotel Jardim Atlântico, onde alguns trabalhadores também estiveram concentrados, o protesto vai continuar «até que sejam cumpridos os compromissos assumidos pela empresa».

«A empresa comprometeu-se a pagar o salário e as prestações [relativas a outros salários e subsídios devidos] até ao dia 15 de cada mês, o que não aconteceu este mês nem em praticamente mês nenhum», explicou o responsável, acusando a unidade hoteleira de «tentar enganar os trabalhadores» por informar na segunda-feira que «já estavam pagos a 38 trabalhadores e que os restantes seriam pagos até dia 20, o que não se confirma».