Banca vai fechar torneira do crédito. Porquê? - TVI

Banca vai fechar torneira do crédito. Porquê?

Mercados de dívida estão «fechados» e recurso ao BCE toca níveis elevados. Banqueiros não têm dúvidas de que é agora que concessão de crédito vai apertar

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As taxas de juro a dez anos da dívida pública portuguesa tocaram ontem valores mais altos que durante a crise grega, seguidos de perto pela Irlanda. O presidente das Associação Portuguesa de Bancos (APB), António de Sousa, já tinha avisado que o momento de fragilidade poderia reduzir a concessão de crédito. Agora são os banqueiros que deixam novo alerta: nas condições actuais, o crédito concedido às famílias e às empresas vai mesmo diminuir.

E como se tal não bastasse, a agência de rating Standard&Poor's preveniu que Portugal poderá cair numa nova recessão, especialmente porque o défice público não diminuiu, escreve o «Jornal de Negócios».

Juros exigidos para comprar dívida estão hoje em queda

A exposição do sistema financeiro português ao BCE atingiu uma dimensão relativamente grande, por isso, «tem de estabilizar ou até diminuir», defende um gestor financeiro de um grande banco.

«A diminuição do crédito é uma realidade efectiva que se pode colocar. Pode haver uma travagem grande», explicou ainda antes de frisar que «as restrições no financiamento à economia vão ser progressivamente acentuadas, em qualquer circunstância».

Financiamento da banca sob pressão

Certo é que a rapidez desse agravamento vai depender da forma como o Estado conseguir gerir a pressão sobre a sua própria capacidade de financiamento.

Também António de Sousa disse, no passado fim-de-semana, em entrevista à rádio «Antena 1», que para a saúde do sistema bancário português, é necessário «mudar a credibilidade do país nos mercados financeiros internacionais», porque se os investidores não voltarem a Portugal, a situação tornar-se-á insustentável, já que os bancos não terão dinheiro para emprestar.

«É importante que o público tenha consciência de que, neste momento, a situação da banca portuguesa está altamente fragilizada, e que a continuação das taxas de juro da dívida pública aos níveis a que tem vindo a estar nos últimos meses» coloca o sistema bancário português numa situação «muito complexa, como o risco de ter de passar esses custos para os clientes», rematou.

Governo garante esforços para evitar fragilidades
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