César das Neves: impostos vão subir já - TVI

César das Neves: impostos vão subir já

César das Neves: impostos vão subir já

Governo não tem outra alternativa, ainda que já seja tarde, defende o economista

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O corte de rating da dívida portuguesa era previsível, só não se sabia quando iria acontecer, de acordo com João César das Neves. O economista, contactado pela Agência Financeira, diz que agora é inevitável que o Governo «deixe de brincar» e tome medidas «duras e sérias» como aumentar impostos, o que deverá acontecer no imediato.

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«Este corte de rating podia ter sido evitado se tivéssemos tomado medidas credíveis na altura em vez de fingir que não é grave. Agora, vão ter que ser tomadas medidas duras, tal como aumento de impostos. É uma ligeireza que se paga caro», afirmou.

Governo não pode «andar a brincar»

Nesse sentido, o responsável acredita que o Governo vai aumentar os impostos já «hoje ou amanhã», mas que agora só vai servir como um anestésico. «O Governo vai ter que começar a cortar onde deve. É a pior altura para o fazer, mas já devia ter sido feito antes», disse.

Além disso, o economista realça que a situação da Grécia é distinta. Aliás, Portugal até está a ser levado em parte «por tabela». Para o responsável, não é só a Europa que está a sofrer dos receios em relação à Grécia, mas também os EUA. «Estamos a sofrer um novo período de nervosismo», acrescentou.

Financial Times diz que Portugal também está a arder

No entanto, César das Neves diz que se Portugal está na linha da frente (em termos de elevado défice público) e, por isso, não pode «andar a brincar». «Quando o assunto é sério, Portugal tem tomado medidas duras e é isso que espero que aconteça agora», comentou à AF. «Portugal tem que cortar a sério nas despesas e tem que fazer um Orçamento duro já para este ano e não só para os próximos».

Europa tem «sentimento de superioridade face ao FMI

O economista acredita que as consequências mais sérias - deste momento que o país vive - serão «cicatrizes» visíveis ao exterior, mas que ainda assim é uma situação que poderá ser alterada. «Não podemos é continuar com estes truques políticos dos últimos tempos. É preciso mostrar clareza», apontou.

Risco da dívida dispara

Quanto ao comportamento da Europa como um todo, César das Neves deixa duras críticas. O economista considera que nem a Alemanha, nem os outros países devem garantir apoio à Grécia e a Portugal antes que os dois comecem de facto a emendar os erros, mas que o recurso ao Fundo Monetário Internacional (FMI) antes poderia ter evitado esta situação. «Isto tinha sido resolvido se o FMI tivesse surgido mais cedo. Há um orgulho europeu que leva a pensar que estamos acima do FMI», afirmou.
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