Crédito: prestação da casa vai manter-se ou até descer - TVI

Crédito: prestação da casa vai manter-se ou até descer

Agência Financeira

Economistas dizem que manutenção dos juros nos 1,5% por parte do BCE mostra que ciclo de subida das taxas vai ficar interrompido nos próximos meses

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As prestações dos empréstimos para habitação indexados às Euribor não deverão continuar a tendência de subida verificada nos últimos meses, e até poderão cair, devido à expectativa de manutenção das taxas de juro de referência do Banco Central Europeu (BCE).

«Nos próximos meses, os portugueses vão deixar de ver as suas prestações a aumentar, pelo contrário, vão voltar a ver a diminuir», disse o economista da IMF - Informação de Mercados Financeiros, Filipe Garcia.

O economista frisou, citado pela Lusa, que a manutenção da taxa de juro de referência nos 1,5 por cento decidida quinta-feira pelo BCE mostra «claramente que o ciclo de subida das taxas vai ficar interrompido nos próximos meses».

Já a economista do BPI, Teresa Gil Pinheiro, considera que as taxas Euribor «devem ficar nos níveis actuais, sem grandes variações».

Mas, segundo o economista da IMF, o impacto da decisão do BCE sobre as Euribor já se começou a sentir, afirmando que as mesmas já não estão nos máximos, mas sim em queda ligeira.

Euribor a três meses poderá chegar a 1% em Março

«Olhando para as Euribor a seis meses, verificamos que em Julho passaram os 1,80 por cento e já estão agora nos 1,70 por cento. O mais normal é que possam vir a recuar um pouco mais. Para já, enquanto houver esta perspectiva de manutenção de taxas, ainda há espaço para descer um pouco mais, mas não muito mais», disse Filipe Garcia.

O responsável realçou ainda que «o mercado de futuros está a descontar que pode haver uma descida da taxa de juros no final do ano», sublinhando contudo não ser essa a sua perspectiva.

«A Euribor a três meses em Dezembro está a ser estimada pelo mercado em 1,1 por cento e a de Março em 1 por cento», exemplificou.

Teresa Gil Pinheiro explicou que «face aos últimos acontecimentos tudo apontava para a manutenção da taxa de juro do BCE e a haver uma subida não seria em Setembro mas em Outubro».

A economista frisou que, apesar de os indicadores macroeconómicos recentemente divulgados terem ajudado à decisão do BCE, o factor «incerteza» é o que pesa mais, devido à perturbação que a economia da Zona Euro tem sentido por causa da crise da dívida soberana.

Filipe Garcia justifica a manutenção da taxa de juro de referência pelo BCE com a perspectiva de moderação da inflação em 2012, para valores abaixo dos 2 por cento, reflectindo um menor dinamismo económico.

«As taxas vão ficar inalteradas durante algum tempo», disse.

Teresa Gil Pinheiro revelou que a expectativa do BPI é que o «BCE mantenha a taxa de referência até ao final do ano e provavelmente durante boa parte do próximo ano, numa lógica de taxas baixas até meados de 2013».
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