Imposto/ricos: PCP quer ver se é só «espectáculo» - TVI

Imposto/ricos: PCP quer ver se é só «espectáculo»

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Comunistas aguardam proposta do Governo para imposto sobre os ricos e defendem taxação sobre património

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O PCP aguarda que o Governo apresente uma proposta concreta para taxar o património dos mais ricos e espera que a hipótese «não se fique por mero espetáculo mediático». Já o PS lamenta a rejeição das propostas da bancada socialista para que o imposto extraordinário não incidisse apenas sobre os rendimentos do trabalho.

«Nós iremos também dar a nossa colaboração mas iremos esperar para ver se efectivamente o Governo vai avançar e qual é a medida concreta. Se é efectivamente para taxar esse património ou se é apenas uma medida decorativa para enganar os portugueses», afirmou o deputado comunista Paulo Sá.

Fonte oficial do gabinete do primeiro-ministro disse esta quinta-feira à Lusa que a possibilidade de criar um imposto especial sobre os mais ricos deverá ser levantada durante a discussão do documento de estratégia orçamental, que acontecerá nos próximos dias.

O deputado Paulo Sá lembrou que o PCP apresentou na anterior legislatura iniciativas para taxar veículos de luxo, habitações de valor superior a 1 milhão de euros, bem como a posse de iates ou aeronaves particulares, propostas que foram rejeitadas pela «troika interna do PS, PSD e CDS».

Para o PCP, uma taxação adicional sobre os mais ricos só seria eficaz se for dirigida ao património e ao capital e não aos rendimentos do trabalho. A mesma posição também já foi defendida pelo Bloco de Esquerda.

«Esperamos que não se fique por este anúncio apenas pelo espetáculo mediático», afirmou Paulo Sá, que se referiu ainda a declarações recentes de Américo Amorim, dizendo que um imposto especial para os mais ricos não se lhe aplicaria porque se considera um trabalhador.

«Eu pergunto, se não se aplica a ele aplica-se a quem, visto que de acordo com os dados que são públicos é o homem mais rico de Portugal».

A criação de um imposto especial sobre os mais ricos foi inicialmente sugerida pelo investidor norte-americano Warren Buffet e teve eco esta semana em França, onde o executivo vai aplicar um imposto extraordinário de 2% sobre os rendimentos mais elevados, e em Espanha, país onde o Conselho de Ministros poderá aprovar na sexta-feira a criação de uma taxa especial para os mais abastados.
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