Malparado bate novo recorde entre empresas e particulares

O malparado não dá tréguas aos bancos. Em Agosto deste ano, atingiu um novo recorde, ascendendo aos 9.850 milhões de euros. As empresas têm em atraso prestações no valor de 5.735 milhões de euros e as famílias são responsáveis pelos restantes 4.115 milhões.

De acordo com o Boletim Estatístico do Banco de Portugal (BdP), conhecido esta quarta-feira, o malparado caiu apenas um milhão no crédito à habitação, para 1.957 milhões, mais do que compensado pela subida de 10 milhões no crédito ao consumo, para 1.232 milhões, e pelo aumento de 14 milhões no crédito para outros fins, para 926 milhões de euros.

Nos empréstimos a particulares, o maior crescimento deu-se no crédito à habitação, onde foram concedidos 112.839 milhões, mais 204 milhões. No entanto, a banca também está mais avessa a emprestar dinheiro para o consumo (foram emprestados 15.532 milhões, menos 24 milhões) e para outros fins (emprestaram 12.287 milhões, menos 16 milhões).

Tendo em conta os três destinos de financiamento, a banca só emprestou mais 163 milhões às famílias, num total de 140.658 milhões de euros.

A banca continua a apertar a torneira no que diz respeito à concessão de crédito, sobretudo às empresas. Em Agosto, o valor dos empréstimos ficou nos 117.596 milhões de euros, menos 205 milhões de euros.

A construção é responsável pela maior fatia (32%), com um total de 1.828 milhões de malparado. No comércio por grosso e a retalho, também se deu um aumento de malparado, de 38 milhões de euros.

Na indústria transformadora, a cobrança duvidosa também cresceu 40 milhões em Agosto, para 933 milhões de euros.

O imobiliário é também responsável por 840 milhões de euros de malparado.