Vem aí um novo imposto sobre grandes fortunas? - TVI

Vem aí um novo imposto sobre grandes fortunas?

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Partidos de Esquerda querem proposta discutida no Parlamento, mas os mais ricos de Portugal duvidam que esta ajuda resolva o problema do país

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Depois de Itália e de França, o debate chega a Portugal: a criação de um novo imposto sobre os mais ricos vai ser dicutida no Parlamento.

PCP e Bloco de Esquerda (BE) estão a preparar uma proposta para criar um imposto especial sobre as grandes fortunas, esperando que o debate internacional favoreça uma «maior unanimidade na sociedade» portuguesa.

Alguns membros do PSD e do CDS também aplaudem uma medida que incidirá sobre as grandes fortunas que representam 10% da riqueza do país.

As contribuições dos mais ricos estão a ser discutidas internacionalmente, depois de o empresário norte-americano Warren Buffet ter pedido aos políticos para deixarem de «mimar» os milionários com isenções fiscais.

Os franceses mais ricos também defendem um imposto especial, ao mesmo tempo que o governo espanhol poderá aprovar, nesta sexta-feira, o aumento de impostos sobre as grandes fortunas.

«O imposto particular sobre as grandes fortunas é uma proposta antiga do Bloco de Esquerda, que já fizemos e que a realidade demonstra a sua necessidade e a sua justiça. Por isso vamos, a curto prazo, nas próximas semanas, relançar essa proposta, esperando que ela agora faça um caminho de maior abrangência e maior unanimidade na sociedade», disse Pedro Filipe Soares, citado pela Lusa.

«Numa situação difícil como esta em que as políticas de austeridade estão a ser levadas a um conjunto enorme da sociedade, nós vemos que os mais ricos dos Estados Unidos, de França e de Espanha dizem que também querem participar no pagamento desta factura».

Por outro lado, «em Portugal, o mais rico dos ricos dos portugueses, que está entre os 200 mais ricos do mundo, Américo Amorim, diz que não é rico, que é um mero assalariado», apontou Filipe Soares.

O deputado criticava as declarações do empresário ao «Jornal de Negócios» que, considerado o mais rico do país de acordo com a lista anual da «Exame», disse que não se considera rico, quando questionado se aceitaria um imposto sobre os maiores patrimónios.

«Não me considero rico. Sou trabalhador».

Ricos portugueses dispostos a ajudar?

Para o BE, as declarações de Américo Amorim são «insultuosas para com o povo português».



«Curiosamente, ele não foi sequer chamado, por opção deste Governo, a pagar para o imposto extraordinário que vai lesar metade do subsídio de Natal de todos os portugueses», argumentou o deputado do BE.

Também questionados sobre uma possível participação especial, outros milionários portugueses disseram duvidar que essa ajuda resolva alguma coisa.

Esta quarta-feira, a França decidiu aumentar impostos sobre os mais ricos, algo que a Itália já tinha feito.
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