Os ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo) chegaram esta terça-feira a acordo em Bruxelas sobre a chamada alavancagem do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), com vista ao aumento do seu «poder de fogo» nos mercados.
Na conferência de imprensa no final da reunião, o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, indicou que os 17 chegaram a acordo sobre os termos e as condições das duas opções para a alavancagem do FEEF.
«Fizemos importantes progressos, a fim de adquirir mais «poder de fogo» contra a crise. Isto demonstra a nossa determinação para fazer tudo o que seja preciso para garantir a estabilidade financeira da Zona Euro», disse Juncker na conferência.
Contudo, Klaus Regling, director do FEEF, deixou um aviso: «Não esperamos que os investidores empreguem grandes somas de dinheiro nos próximos dias ou semanas. A alavancagem do fundo é um processo que demora tempo», o que, diz Regling, não é um problema, dado nenhum país estar, neste momento, a precisar de ajuda.
Os ministros insistiram no reforço do FMI para que este possa, por sua vez, também reforçar o FEEF. Na conferência de imprensa, o presidente do Eurogrupo sublinha que é preciso aumentar «rapidamente» os recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI) para fazer frente à actual crise.
Fundo não deve atingir 1 bilião de euros
O presidente do Eurogrupo reconheceu ainda que o reforço do FEEF acordado em Outubro não deverá atingir o objectivo de um bilião [milhão de milhões] de euros devido à deterioração da situação no mercado.
Há duas opções de alavancagem do FEEF: o «método de protecção do risco parcial» e o «método de co-investimento», que poderão ser aplicadas em simultâneo e já em 2012.
Ambas as opções têm como objectivo apoiar a continuidade do acesso ao mercado por parte dos Estados Membros da área do euro em dificuldades financeiras e salvaguardar a estabilidade financeira de toda a área do euro.
O FEEF indicou que, no quadro da protecção do risco parcial, o fundo de resgate providencia um certificado para as obrigações emitidas por um Estado-membro, que pode ser comercializado separadamente, e que dará ao seu detentor uma protecção de 20 a 30 por cento do valor da obrigação soberana, ou seja, o Fundo passa a responsabilizar-se por cerca de um quarto do valor das emissões de dívida dos países com problemas.
À luz da segunda opção, a criação de um ou mais fundos de co-investimento permitirá a combinação de fundos públicos e privados para a aquisição de obrigações nos mercados primário e ou secundário, podendo também ser utilizados para efeitos de recapitalização dos bancos.
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FEEF com mais «poder de fogo», mas não já
- Redação
- JF
- 29 nov 2011, 23:53
Eurogrupo chega a acordo sobre alavancagem do fundo. Mas processo não fica pronto nas próximas semanas. Ministro querem também reforço do FMI
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