Seguro surpreendido com aumento da despesa - TVI

Seguro surpreendido com aumento da despesa

Secretário-geral do PS já esperava queda das receitas. Mas no que toca à despesa, nota-se o «descontrolo» do Governo

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Já esperava uma quebra nas receitas, mas ficou surpreendido com o aumento da despesa que consta nos dados da execução orçamental de fevereiro. O secretário-geral do PS diz que tal demonstra descontrolo por parte do Governo.

«Infelizmente, não é para mim surpreendente que tenha havido uma quebra das receitas fiscais e o PS avisou há muito tempo o Governo para que não seguisse esse caminho. Mas o que é surpreendente para mim é que tenha havido uma subida da despesa, revelando que há nesta área um descontrolo por parte do Governo», considerou António José Seguro, que falava aos jornalistas antes de participar num almoço debate promovido pelo International Club of Portugal, num hotel de Lisboa.

Segundo António José Seguro, a confirmar-se a atual trajetória da despesa «isso significa que o Governo está a dar um mau exemplo, porque exige imensos sacrifícios aos portugueses, mas é incapaz na sua própria casa de controlar a despesa», cita a Lusa.

«Está a acontecer uma quebra das receitas porque há uma diminuição da nossa atividade económica. O Governo apresentou um Orçamento do Estado e se, nos dois primeiros meses esse mesmo Governo não é capaz de o cumprir, naturalmente que se trata de um sinal muito preocupante».

Já o PSD argumenta que «fatores extraordinários» influenciaram as despesas do Estado.

E o Bloco de Esquerda diz que «a austeridade desequilibra ainda mais as contas públicas».

Confrontado com a diminuição dos juros da dívida portuguesa nos mercados internacionais, na sequência dos leilões realizados hoje, Seguro disse que esse dado «é positivo e demonstra que o Banco Central Europeu deve fazer parte do seu papel».

Já sobre o facto de a Comissão Europeia elogiar a evolução da economia portuguesa, o secretário-geral do PS referiu que Bruxelas também tirou essas conclusões em relação à Grécia na fase inicial do cumprimento do programa de ajustamento por parte deste país.

Seguro apreensivo sobre estado real do país

Seguro afirmou ainda não ver necessidade de rasgar o memorando com a «troika», mas manifestou sérias dúvidas sobre o estado do país em setembro de 2013, no prazo para regressar aos mercados.

O ceticismo de António José Seguro sobre a evolução do país nos próximos anos, se o Governo mantiver a mesma estratégia financeira, foi transmitido num debate promovido pelo International Club of Portugal.

«Não há necessidade de rasgar o memorando. Nós, no PS, estamos aqui para honrar o memorando - e eu estou à vontade porque não o negociei, não o assinei e assumi desde a primeira hora que o honrava, mas isso não me obriga a concordar com tudo o que o Governo faz», respondeu.

Seguro lembrou ainda que «o presidente da Comissão Europeia quer prioridade ao crescimento e ao emprego e a senhora Lagard [FMI] quer consolidação com crescimento e emprego. Apenas me socorro destes argumentos dos dois altos responsáveis, ou então isto não passa de uma hipocrisia», atirou.
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