Indústria farmacêutica perde mil postos de trabalho em 6 meses - TVI

Indústria farmacêutica perde mil postos de trabalho em 6 meses

Laboratório [arquivo] - Foto EPA

Companhias fogem para Espanha por falta de rentabilidade em Portugal

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São dados pouco animadores para a indústria farmacêutica. O sector perdeu mil postos de trabalho nos últimos seis meses. Esta queda está em boa parte relacionada com a transferência dos centros de decisão para Espanha por falta de rentabilidade em Portugal.

«Perspectivámos o desaparecimento de 2 mil postos de trabalho nos últimos anos, e ainda não teremos chegado a esse número, mas mais de mil desapareceram nos últimos seis meses e numa altura recessiva, com o sistema de preços muito forçado em baixa, assistimos cada vez mais a fusões, racionalização de custos e a companhias que pensam que é pouco rentável ter actividade em Portugal e ser gerida a nível ibérico. Temos estado a assistir a isso, há cada vez mais empresas a pensar em termos ibéricos, transferindo centros de decisão para Madrid ou Barcelona», explicou à Lusa o presidente da Apifarma - Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, João Almeida Lopes.

«2010 foi um ano terrível quer em termos de crescimento da dívida dos hospitais [que alcançou os 965 milhões], mas também pelas sucessivas reduções de preços e por um mercado em forte decréscimo, que caiu mais de 6%».

E «este ano o mercado vai continuar a ressentir-se de todas as baixas de preços de 2010, o que contribuirá inevitavelmente para um mercado que não vai crescer». Por um lado, isso até «poderá ser positivo para deixar a fatura do SNS perfeitamente controlada».

O perigo é que «haja a tentação de tomar medidas» que dificultem o acesso a medicamentos inovadores com o objectivo de poupar dinheiro.

Questionado sobre se o acesso aos medicamentos poderá ficar mais difícil com as medidas de contenção orçamental já aprovadas para a área da Saúde, Almeida Lopes garante que «não ficará mais facilitado, certamente» e alerta para o perigo de «tornar as regras [de introdução de medicamentos inovadores] tão apertadas que se torne praticamente impossível pôr inovação em Portugal».
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