Cavaco: corte de rating foi injustificado - TVI

Cavaco: corte de rating foi injustificado

Presidente da República sempre criticou ataque às agências de notação financeira

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O Presidente da República considerou esta sexta-feira que o corte de notação financeira da dívida portuguesa pela Fitch é «injustificado».

Cavaco Silva, que falava em Cascais, numa visita a uma unidade hoteleira, considerou que as circunstâncias «não justificam de forma nenhuma» o corte de três níveis anunciado pela agência Fitch, de A- para BBB-, que deixa a dívida portuguesa no último degrau antes da categoria de «lixo».

«Não é uma boa notícia mas a situação portuguesa de forma alguma a justifica», reiterou.

Na mesma ocasião, o Chefe de Estado foi confrontado pelos jornalistas pela afirmação do ministro das Finanças em entrevista à TVI, de que o Presidente da República seria a «entidade mais indicada» para pedir ajuda externa, uma vez que o Governo tinha sido «desautorizado». Cavaco Silva não quis comentar, mas lembrou que «as competências do Presidente da República estão muito claramente definidas na Constituição da República e os portugueses sabem muito bem que não cabe ao Presidente governar nem legislar».

O Presidente lembrou ainda que «as eleições estão marcadas para 5 de Junho», e disse entender que «nesta fase, a partir de agora, devo evitar pronunciar-me sobre matérias que possam ser controversas entre os partidos políticos».

A posição de Cavaco Silva em relação às agências de notação financeira nem sempre foi pacífica. Chegou a criticar quem se manifestava contra estas entidades, por considerar que essa atitude não ajuda em nada a situação de Portugal, mas também já teceu duras críticas à sua actuação.

Em Fevereiro de 2010, dizia em entrevista ao «Expresso» que a avaliação das agências de rating em relação a Portugal estava «profundamente errada, é injusta e sem fundamento».

Alguns meses depois, em Julho, do ano passado, o Presidente sublinhava que «não vale a pena recriminar as agências de rating, o que nós devemos fazer é o nosso trabalho para depender cada vez menos das necessidades de financiamento externo».
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