Despedir os piores é mais eficaz que baixar salários - TVI

Despedir os piores é mais eficaz que baixar salários

Manifestação da Função Pública contra as políticas laborais do Governo - Foto Lusa, Miguel A. Lopes

Decisão seria mais difícil politicamente porque aumentaria o desemprego

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O economista americano, Eduard Schwartz, disse que o despedimento dos «piores» funcionários públicos seria uma medida «mais eficiente» para um país combater o défice do que a redução geral dos salários.

«Em vez de baixar o salário a toda a gente, seria mais eficiente despedir 10% dos piores funcionários públicos e deixar os bons. Numa empresa particular, é assim que se faz», disse o responsável citado pela Lusa.

«Mas, politicamente, essa é uma decisão muito difícil, porque aumentaria muito o desemprego. Politicamente, é mais fácil baixar os salários a toda a gente», admitiu.

Eduard Schwartz falou à margem de uma Conferência Mundial de Finanças, promovida pelo Instituto Politécnico de Viana do Castelo. O catedrático da Universidade da Califórnia reconheceu que o euro «atravessa o seu momento mais difícil de sempre», mas, mesmo assim, sublinhou que tem «bastante confiança, a longo prazo» na moeda única da Europa.

«A longo prazo, tenho bastante confiança no euro», lembrando que «o dólar só está a subir em relação ao euro porque a Europa está muito mal e não porque os Estados Unidos estejam bem».

Europa vai melhorar no próximo ano

Acrescentou, no entanto, que a desvalorização do euro «tem a vantagem de tornar a Europa mais competitiva, porque assim poderá exportar melhor» para países como os Estados Unidos ou China.

O economista vaticinou que, a partir do próximo ano, «as coisas vão começar a melhorar na Europa» e que o «Velho Continente» se poderá tornar «numa potência mundial como os EUA ou a China», se conseguir uma maior coordenação da política orçamental e se puser em prática uma política internacional «mais em conjunto».

Para Eduard Schwartz, a solução, defendida por alguns economistas, de um país sair do euro para recuperar a sua economia não se afigura viável, já que «a parte administrativa seria muito difícil» e haveria a oposição «dos grandes países».

Admitiu, no entanto, que essa solução teria a vantagem de tornar o país «mais competitivo», face à adopção de uma moeda menos forte.

«A Europa está empenhada em manter o euro, resolver os problemas, ajudar os países débeis e seguir em frente. E essa é a melhor solução», afirmou.

Na opinião do especialista americano, «seria muito difícil» conceber a união política da Europa sem a união monetária.
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