Portugal: de «bom aluno» a «exemplo perigoso» - TVI

Portugal: de «bom aluno» a «exemplo perigoso»

Revista «The Economist» adverte para consequências que enfrentam governos que levam austeridade mais além

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«O ponto de viragem: Quanta austeridade é demasiada austeridade?». É neste artigo que a revista britânica «The Economist» diz que Portugal passou, «em duas curtas semanas», de «aluno modelo» a um «exemplo dos perigos que enfrentam os governos que levam a austeridade além» do que os eleitores conseguem tolerar.

A revista, nesta publicação que será disponibilizada hoje nas bancas portuguesas, afirma que o primeiro-ministro «parece ter levado as reformas além do limite do que é considerado aceitável por larga parte do eleitorado».

«Nos 15 minutos que Passos Coelho demorou para anunciar o seu esquema na televisão, no início do mês, conseguiu a notável proeza de unir não só os partidos da oposição contra o seu plano intolerável, mas também os sindicatos, os patrões e os economistas».

O executivo anunciou que vai reduzir a TSU em 5,75 pontos percentuais para as empresas, financiando a medida com um aumento de sete pontos na contribuição dos trabalhadores para a Segurança Social.

De acordo com a revista, «as políticas de Passos Coelho podem ter sido bem-sucedidas em enfatizar as diferenças entre Portugal e a Grécia».

No entanto, o primeiro-ministro «também está a descobrir que a austeridade não pode ser levada além do limite determinado pelos eleitores, quer estejam em motins violentos em Atenas ou em marchas pacíficas em Lisboa», cita a Lusa.

Face às reações da oposição, dos sindicatos, dos patrões e da população, que encheram as ruas de várias cidades do país no sábado, a revista acredita que é «muito provável» que Passos Coelho altere seu plano, «se não recuar completamente».

Referindo que o maior partido da oposição, o PS, ameaçou apresentar uma moção de censura ao Governo, a «The Economist» entende que a crise no seio da coligação governamental é «potencialmente mais perigosa» para o primeiro-ministro.

«O plano também abriu uma brecha potencialmente irreparável entre os dois partidos na coligação governamental», o PSD e o CDS.
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