Economista: previsões do Governo para 2011 são irreais - TVI

Economista: previsões do Governo para 2011 são irreais

Ratoeira

«As minhas filhas já não acreditam em fadas e estes senhores que são mais idosos também não deviam acreditar», criticou presidente do ISEG

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O economista João Duque defendeu este domingo que as previsões de crescimento do Governo para 2011 são impossíveis de alcançar, considerando que assenta num cenário de balança comercial que nunca aconteceu.



«O Governo prevê que o PIB em Portugal possa ter uma ligeira subida em 2011, de 0,2 por cento, porque está a prever uma coisa que nunca aconteceu nos últimos 32 anos», disse à Lusa João Duque, realçando que as contas assentam no aumento das exportações em 7,3 por cento e na redução das importações em 1,7 por cento.

Esta é uma diferença de nove por cento entre os dois agregados quando a diferença máxima foi de 2,7 por cento, explicou o presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).

Para João Duque, «estar a prever nove por cento é totalmente inadequado», contrapondo que «um cenário mais optimista do que o dos últimos 30 anos, uma diferença de três ou quatro por cento, significaria uma queda do PIB de 1,8 por cento».

«As minhas filhas já não acreditam em fadas e estes senhores que são mais idosos também não deviam acreditar».



João Duque destaca ainda que na proposta do Orçamento do Estado para 2011 (OE2011) «há dados que não batem certo» já que apesar das previsões de crescimento, o Governo antecipa «uma queda da receita do IRC significativa, o que significa uma redução na actividade económica».

O economista também não acredita que o Governo consiga reduzir em mais 1.100 milhões de euros os gastos com salários da Administração Pública, considerando que «esta poupança significava ter uma massa salarial de 24 mil milhões, quando em 2010 rondava os 20 mil milhões de euros».
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