Os mercados vão atacar Portugal, tal como fizeram com a Irlanda. Mas se entre a Grécia e a Irlanda os investidores demoraram seis meses a urdir a sua teia, com Portugal não levarão tanto tempo.
«Desta vez, ao contrário do que aconteceu com o caso da Grécia, as autoridades europeias não anunciaram qualquer medida adicional para evitar um possível contágio a Portugal, Espanha ou outros países do euro», nota a gestora numa nota publicada esta sexta-feira.
Para a Schroders, «é óbvio qual será o próximo foco» e que, desta vez, os mercados não demorarão tanto tempo a fazer «a próxima vítima». «Entre o caso da Grécia e o da Irlanda, decorreram seis meses mas Portugal deverá enfrentar o teste dos mercados mais cedo», avisa.
Dúvidas levantadas por Passos Coelho não ajudam Portugal
No plano imediato, Portugal enfrenta a reacção dos mercados à aprovação do OE2011, que decorre esta sexta-feira. «A preocupar os investidores estão os sinais de um possível desentendimento político entre o Governo e o maior partido da oposição».
Em causa estão as declarações do líder da oposição, Pedro Passos Coelho, que terá dito num encontro do PSD, na semana passada, que o Governo tem andado a «martelar» as contas orçamentais.
Mais especificamente, o líder laranja alegou que muitos itens foram excluídos das contas do Estado (incluindo a dívida das empresas estatais), sugerindo que a dívida pública não está nos 82% do PIB, mas sim nos 112%.
«O Estado tem vindo há muitos anos a retirar do orçamento uma série de actividades, fazendo com que uma grande parte dos dados sejam fictícios», afirmou Passos Coelho.
A gestora de fundos alerta que «as dúvidas lançadas sobre a contabilidade pública e eventuais números fictícios não ajudam nada Portugal, numa altura em que está a tentar evitar o contágio» da Grécia e da Irlanda.
Mercados vão atacar Portugal mais depressa que a Irlanda
- Redação
- PGM
- 26 nov 2010, 12:06
Zona Euro não quis tomar medidas para travar contágio
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